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Dia desses fiquei sem carro e tive de usar o ônibus. Seria até fácil se eu não precisasse ir a vários lugares em pouco tempo. Infelizmente foi uma experiência frustrante, mesmo fora do horário de pico. Eu realmente gostaria de usar mais o transporte público, mas a expe­riência que tive, não apenas desta vez como em tantas outras, me desanima completamente.

Quem usa o coletivo diariamente ou mora longe do trabalho sofre muito, todos os dias, com situações muito desconfortáveis. Mas resolvi compartilhar minha experiência nesse dia para mostrar que mesmo nos horários mais tranquilos e em linhas centrais há graves problemas.

Era uma sexta-feira. Saí de manhã antes das 8 horas para ir à UTFPR, onde faço mestrado. Peguei um ônibus amarelinho, que por sorte veio rápido – geralmente eu vejo o horário no site, mas não ajuda muito saber a que horas o coletivo sai do bairro ou do centro. O ideal, tantas vezes já dito aqui, seria uma tabela fixada em cada ponto de ônibus, com a previsão do horário em que o veículo passa no local.

Do amarelinho peguei um Circular Centro, para evitar uma longa caminhada. Também dei sorte, não demorou a vir. Curioso que há décadas esse micro-ônibus é operado apenas pelo motorista, sem cobrador, e nunca houve muita discussão a respeito.

Saí da UTFPR às 11h30 e fui tranquilamente à Estação Eufrásio Correa para pegar o Centenário – Campo Comprido. Imaginava que chegaria até adiantada, pois tinha uma consulta num edifício que fica na rua da canaleta do ônibus, na Padre Anchieta. Mas tive de esperar quase 15 minutos pelo ônibus expresso. Quando veio, havia mais dois atrás. Para piorar, quando chegamos à Rui Barbosa, o motorista disse que todos deveriam descer, pois o ônibus estava quebrado. Foi aquela confusão porque o tubo já estava cheio, e tivemos de abrir espaço. Todo mundo ficou indignado, pois o ônibus estava andando normalmente, sem nenhum barulho ou problema aparente. "Como é que está quebrado se saiu daqui normalmente?", questionavam os passageiros. É um fato pequeno, mas é o tipo de coisa que gera descrédito ao sistema.

Novamente entrei no ônibus, que estava bem apertado. O coletivo seguinte vinha quase colado ao nosso, e isso também provoca muitos comentários e avaliação ruim do serviço. Cheguei ao consultório atrasada e chateada. Mas a consulta foi rápida, e 15 minutos depois já estava de saída.

De volta à canaleta, até cogitei usar táxi, mas não queria gastar tanto: seriam pelo menos R$ 18 para ir ao Centro, perto da Reitoria da UFPR. Resolvi pegar o expresso novamente. Até que foi rápido, e havia lugar para sentar. Desci perto da Praça Osório e lá peguei outro ônibus amarelinho.

Gastei R$ 12 em cinco trajetos de ônibus, dos quais R$ 7,80 no espaço de uma hora e meia. Se houvesse algum tipo de sistema como o bilhete único de São Paulo, poderia ter economizado R$ 6,20. Lá o bilhete único permite três embarques dentro de duas horas, ao custo de R$ 3,00 quando é usado apenas ônibus e micro-ônibus ou R$ 4,65 o ônibus combinado com o metrô ou trem.

Mas estamos em Curitiba, gastei R$ 12 e peguei ônibus lotado e atrasado. Será que me animo a fazer o mesmo da próxima vez que precisar me locomover por esses locais? O carro apresenta muitas vantagens, não é?

Metrô

O prefeito eleito Gustavo Fruet (PDT) quer estudar o projeto do metrô antes de licitá-lo. Pessoalmente, não gostava do projeto de metrô escavado feito pela prefeitura de Curitiba. Mas confesso que temo pelo que ocorrerá daqui pra frente. Se o projeto do modal não for aprovado por Fruet, o que acontecerá? Começaremos tudo do zero? Quanto tempo leva para se planejar um novo modal para Curitiba? Se não usarmos o dinheiro já prometido para esse projeto, haverá chance de reivindicarmos outro? O governo federal já se comprometeu com R$ 1 bilhão, e esse dinheiro não está sobrando por aí para ser dispensado.

Acredito que a melhor opção é, realmente, estudar o projeto. Mas, e depois, o que acontecerá?

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