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Desistência de Ciro Gomes favoreceu o PSB em disputas regionais | Roosevelt Pinheiro/ABr
Desistência de Ciro Gomes favoreceu o PSB em disputas regionais| Foto: Roosevelt Pinheiro/ABr

O cientista político Fabrício Tomio, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), credita o crescimento do PSB na eleição proporcional deste ano ao apoio dado ao governo petista. Já no caso do resultado nos estados, é preciso avaliar as peculiaridades regionais para entender as vitórias. "Sobre as eleições nos governos, precisamos ser cautelosos na avaliação. Porque nesse caso a dinâmica regional influencia bastante", diz.

Entre as características regionais, um dos fatores que pesaram foi a conquista do apoio do PT e aliados a candidatos do PSB. Esse apoio teria sido um dos preços impostos pelo partido para abrir mão da candidatura de Ciro Gomes à Presidência neste ano e apoiar Dilma Rousseff.

Ciro brigou até o fim de abril para sair candidato. Mas a avaliação do comando do partido de que a legenda perderia força nos estados caso lançasse candidatura própria pesou, e a executiva nacional do PSB decidiu desistir da candidatura e apoiar a petista. Antes de a decisão ser tomada, porém, o PSB enviou uma lista de exigências ao PT, com o pedido de apoio em diversos estados.

No Piauí, por exemplo, o PT não lançou candidato para substituir Wellington Dias e apoiou a candidatura de Wilson Martins (PSB) – que era vice de Dias e assumiu o governo depois que o petista deixou o cargo para se candidatar ao Senado. Martins venceu no segundo turno com 58,93% dos votos. No Espírito Santo, a candidatura de Renato Casagrande recebeu apoio da maioria dos partidos que integram a base do governo Lula, incluindo o PMDB – partido do governador Paulo Hartung. Em julho deste ano, o governo Hartung tinha 81% de aprovação dos eleitores do Espírito Santo, de acordo com pesquisa Ibope.

O destino também favoreceu o PSB. No Amapá, Camilo Capiberibe passou para o segundo turno depois de o estado ser assolado por denúncias de corrupção envolvendo políticos locais. Numa operação desencadeada pela Polícia Federal em setembro, o governador do estado e candidato à reeleição Pedro Paulo Dias (PP) foi preso. O deputado estadual e candidato Jorge Amanajás (PSDB) também esteve envolvido no escândalo, sendo citado diversas vezes no inquérito da Polícia Federal.

Depois das denúncias, os nomes que apareciam na pesquisa Ibope de 31 de agosto à frente de Capiberibe foram perdendo força ao longo da campanha e não conseguiram chegar ao segundo turno, que foi disputado entre o candidato do PSB e Lucas Barbosa (PTB).

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