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| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Onde está Michel Temer? O vice-presidente da República faltou à esvaziada sessão solene realizada na manhã desta quarta-feira (30) na Câmara dos Deputados em comemoração aos 50 anos do PMDB.

A notícia de que ele iniciaria agora em abril um giro pelo país para tratar das eleições municipais foi desmentida pela assessoria dele. Na terça-feira, Temer também se ausentou da reunião que sacramentou o rompimento da legenda com a presidente Dilma Rousseff (PT).

Nas mídias sociais, Temer também está sumido. No Twitter, é sua assessoria que tem feito postagens. No Facebook, o último post é de 12 de março.

Isso não desmotivou internautas a fazerem uma grande campanha contra ele: a expressão #RenunciaTemer tomou conta da rede. Na terça-feira, figurou entre os dez termos mais usados no Twitter. Os comentários criticam o vice-presidente, chamando-o de traidor e dizendo que, se o PMDB rompeu com o governo, ele deveria renunciar ao cargo.

TWITTER: Veja campanha contra Michel Temer na rede social

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) saiu em defesa de Temer, dizendo que ele foi eleito e por isso não renunciaria.

Temer oferece cargos em seu “futuro governo” para tirar o PP da base de Dilma

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As conversas parlamentares do seu partido, aliás, dominaram a agenda oficial de Temer em março, com poucas exceções. O último compromisso oficial no Palácio do Planalto foi em 2 de março, para assinatura de termo de ajustamento de conduta do poder público e a mineradora Samarco, referente à tragédia de Mariana (MG).

Dos 25 dias úteis de março de 2016, em 13 não havia nenhuma agenda oficial. Outros três dias foram de despachos internos. Em março de 2015, por exemplo, apenas três datas não tiveram agenda oficial, e uma foi de despacho interno. No restante do mês, Temer recebeu parlamentares, governadores e prefeitos de diversos partidos, além de delegações de outros países, empresários e entidades de classe.

Na semana passada, o senador José Serra (PSDB-SP) deu declarações sobre as negociações com Temer para a composição de um novo governo. A assessoria de Temer desmentiu Serra, e afirmou que o peemedebista “não tem porta voz, não discute cenários políticos para futuro governo e não delegou a ninguém anúncio de decisões sobre sua vida pública”.

Mas, nos bastidores em Brasília, sabe-se que é exatamente isso que Temer vem fazendo, em conversas com parlamentares do PMDB e PSDB, principalmente. O peemedebista também evitou encontrar o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, com quem só teve uma breve conversa na Base Área de São Paulo.

Novas eleições

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, auxiliares de Dilma discutiram a possibilidade de convocação de novas eleições gerais, que constaria de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) encaminhada ao Congresso. O assunto foi debatido internamente há um mês e meio, segundo a Folha, mas sem aval da presidente e sem prosperar. Entretanto, a sugestão pode voltar a ganhar fôlego caso novos fatos na Operação Lava Jato atingirem a cúpula peemedebista.

Temer já foi apontado como beneficiário de dinheiro de propina, e também foi citado na delação premiada do senador Delcídio Amaral. A Folha de S. Paulo também publicou a informação de que um grupo de advogados estuda apresentar um pedido de impeachment contra Temer, com a mesma sustentação usada contra Dilma: assinatura de decretos de pedaladas fiscais e a delação de Delcídio.

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