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Aécio Neves: prejuízo político | Antônio Cruz/ABr
Aécio Neves: prejuízo político| Foto: Antônio Cruz/ABr

A decisão do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), de nomear o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) para a Secretaria de Desenvolvimento foi "uma jogada estratégica das mais inteligentes" e deixa o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), sem aliados em São Paulo para seu projeto de concorrer à Presidência da República em 2010. A opinião é do cientista político e integrante do Movimento Voto Consciente Humberto Dantas. Na sua avaliação, o anúncio pode precipitar a saída de Aécio do PSDB.

"Talvez ele tenha empurrado o Aécio para fora do partido, talvez tenha ganho força a tese de que efetivamente o Aécio possa ir para o PMDB", avaliou Dantas, ressaltando, entretanto, que é muito pouco provável que isso aconteça no curto prazo.

Para o especialista, a adesão de Alckmin ao governo paulista foi um "tiro de canhão" em Aécio, pois, ao nomear o ex-governador, Serra trouxe para si um dos principais aliados partidários de Aécio em São Paulo. Além disso, Serra aumenta seu grau de controle sobre a disputa para o governo de São Paulo, ampliando ainda mais sua influência na legenda.

Dantas diz acreditar que a nomeação de Alckmin foi "a melhor das respostas" ao anúncio de Aécio de que iria viajar pelo país para discutir o cenário "pós-Lula" no Brasil. "Não adianta sair visitando o país em 2009. A resposta do Serra é uma resposta política a um ato mais demagógico", apontou.

Um dia após o anúncio de Serra, Aécio procurou minimizar seu prejuízo político. Segundo o mineiro, a escolha de Alckmin não deixa de ser uma homenagem a ele próprio, Aécio, na medida em que o ex-governador de São Paulo é seu amigo. "Me sinto também homenageado por essa indicação", declarou.

O governador de Minas contou que Alckmin lhe telefonou ontem pela manhã, para explicar as "circunstâncias" em que ocorreu o convite de Serra e a importância da união do partido.

O bom relacionamento com Geraldo Alckmin era um dos trunfos com o qual Aécio Neves contava para tentar conquistar aliados paulistas na disputa interna que definirá o candidato dos tucanos à Presidência da República.

Questionado sobre o fortalecimento de Serra como possível candidato do PSDB à sucessão de Lula, Aécio tentou demonstrar despreocupação. "Se o Serra ganha, ganham todos", afirmou. Mais uma vez, o tucano defendeu a utilização das prévias pelo partido.

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