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O ex-deputado André Vargas foi preso  em Londrina durante desenrolar da na nova etapa da Operação Lava Jato | Antonio Araujo/Agencia Câmara
O ex-deputado André Vargas foi preso em Londrina durante desenrolar da na nova etapa da Operação Lava Jato| Foto: Antonio Araujo/Agencia Câmara

O ex-deputado André Vargas foi preso pela Polícia Federal no desenrolar da 11.ª fase da Operação Lava Jato, nesta sexta-feira (10) , que recebeu a denominação de “A Origem”. Além de Vargas, foram presos os ex-deputados Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE), a secretária de Argôlo, Elia Santos, Ivan Mernon da Silva Torres, Leon Vargas (irmão de André Vargas) e Ricardo Hoffman, diretor de uma agência de publicidade. Condenado no mensalão, Pedro Corrêa cumpria pena no regime semi-aberto.

André Vargas foi preso na casa que mora com a família, em Londrina. Para operação, foi usado um carro que pertencia à Paulo Roberto Costa e está cedido à PF.Divulgação/Polícia Federal

Caso Vargas

A relação entre André Vargas e o doleiro Alberto Youssef, um dos principais alvos da operação e acusado de liderar um esquema de lavagem de dinheiro internacional, veio a tona desde o começo das investigações. A PF interceptou contatos entre o doleiro e o deputado - 270 mensagens de texto trocadas pelo aparelho BlackBerry, entre 19 de setembro de 2013 e 12 de março de 2014.

A suspeita é de que Vargas trabalhava em favor da rede articulada pelo doleiro, tendo inclusive feito lobby para o laboratório Labogen, de Leonardo Meirelles outro réu da Lava Jato, no Ministério da Saúde. Além disso, o parlamentar chegou a viajar de férias com a família em um jatinho fretado pelo doleiro em 2013.

O caso levou Vargas a ter o mandato cassado em dezembro do ano passado e também ser expulso do PT.

Argôlo

Já Luiz Argôlo, segundo afirmou Alberto Youssef em sua delação premiada, teria recebido emprestado um helicóptero do doleiro para sua campanha eleitoral de 2014. Na época, Argôlo foi candidato a deputado federal. Ele teve 63.649 votos e tornou-se suplente.

Segundo Youssef, o ex-parlamentar comprou a aeronave em 2012, mas não teve dinheiro para quitar as prestações. O político teria pedido dinheiro emprestado ao doleiro para fazer os pagamentos. Youssef contou à Polícia Federal que não aceitou e fez uma contraproposta.

À PF, o doleiro informou também que “João (Luiz) Argôlo fazia parte do rol de parlamentares do PP que recebia repasses mensais a partir dos contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobrás”. Argôlo deixou o PP no fim de 2013 e transferiu-se para o Solidariedade.

Nesta fase, cerca de 80 Policiais Federais cumprem 32 mandados judiciais. São sete mandados de prisão, sendo três prisões preventivas (Vargas, Argolo e Corrêa) e quatro mandados de prisão temporária. Também estão em curso a execução de nove mandados de condução coercitiva e 16 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.

Nesta etapa, estão sendo investigados os crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude em licitações, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência envolvendo três grupos dos ex-deputados.

Os presos serão trazidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR onde permanecerão à disposição da Justiça Federal. Como perderam a prerrogativa de foro, o caso dos ex-parlamentares está sendo investigado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato.

Outros órgãos

A operação não busca apenas fatos ligados à Petrobras, mas também investiga desvios de recursos ocorridos em outros órgãos públicos federais.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, há indícios de esquemas na Caixa Econômica Federal - por meio de contratos de publicidade - e no Ministério da Saúde.

Além das prisões, também foi decretado o sequestro de um imóvel de alto padrão em Londrina, no Norte do Paraná. As medidas foram deferidas pelo Juízo da 13ª Vara Federal em Curitiba-PR e os presos serão conduzidos para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

E mais:

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Como são escolhidos os nomes das operações da Polícia Federal?

O nome da operação faz referência às investigações dos ex-parlamentares, cujo envolvimento com o esquema do doleiro Alberto Youssef foi descoberto nas primeiras etapas da operação, no ano passado.

Objetivo

Segundo comunicado da Polícia Federal, “a atual fase tem por objetivo a investigação realizada em diversos inquéritos policiais e a partir da baixa de procedimentos que tramitavam perante o Supremo Tribunal Federal, apurando fatos criminosos atribuídos a três grupos de ex-agentes políticos, que abrangem os crimes de organização criminosa, quadrilha ou bando, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a procedimento licitatório, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência.”

Coletiva

A Polícia Federal detalhará a ação desta fase da Lava Jato em uma entrevista coletiva às 10h, na Superintendência da Polícia Federal, localizada na rua Sandália Monzón, 210, bairro Santa Cândida, Curitiba/PR.

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