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Eliana Calmon, ministra do Superior Tribunal de Justiça e ex-corregedora de Justiça | Antônio Cruz/ABr
Eliana Calmon, ministra do Superior Tribunal de Justiça e ex-corregedora de Justiça| Foto: Antônio Cruz/ABr

"Eu tenho 34 anos de magistratura e eu sou sabida. Sou sabida porque sou velha, não porque nasci sabida."

Eliana Calmon (foto), que deixou o cargo de corregedora do CNJ, sobre o adiamento do julgamento de um pedido de providências feito pela família da juíza Patrícia Acioli, morta no ano passado, para apurar a possível omissão do ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio Luiz Zveiter em conceder escolta à magistrada.

A corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, afirmou ontem que é "sabida" e "velha" e que já esperava a decisão tomada na véspera pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de adiar o julgamento de um pedido para apurar a suposta omissão do ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio Luiz Zveiter em conceder escolta à juíza Patrícia Acioli, assassinada no ano passado.

"Eu tenho 34 anos de magistratura e eu sou sabida. Sou sabida porque sou velha, não porque nasci sabida", disse Eliana Calmon, que tem 67 anos e deixou ontem o cargo de corregedora. Ela será substituída por Francisco Falcão. "Eu sei o que é um processo contra uma pessoa que tem importância social. O Brasil ainda é um país em que a importância social, a importância econômica, as elites políticas e as elites econômicas ainda têm um grande peso."

Na véspera, a corregedora havia proposto ao CNJ que julgasse um pedido de providências feito pela família de Patrícia Acioli com o objetivo de apurar a suposta omissão de Zveiter no caso. No entanto, a decisão foi adiada a pedido do advogado do desembargador, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.

Segundo a ministra, a segurança fornecida pelos tribunais brasileiros aos juízes é deficiente. "Eu acho que é muita segurança para os desembargadores. E os juízes ficam à deriva." Ela contou ter descoberto que, em alguns tribunais, policiais militares tinham sido desviados para "dirigir carro para desembargador e até para familiares". Segundo ela, existiam relatos de policiais que faziam segurança de filhos de desembargadores que iam a jogos de futebol e shows.

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