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Kogut publicou dois documentos nos últimos dias que o puseram em confronto direto com o secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Francischini (SD) | Carlos Bozelli/Jornal de Londrina
Kogut publicou dois documentos nos últimos dias que o puseram em confronto direto com o secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Francischini (SD)| Foto: Carlos Bozelli/Jornal de Londrina

O coronel Cesar Kogut pediu exoneração do comando da Polícia Militar do Paraná no início da noite desta quinta-feira. Ele alegou “dificuldades insuperáveis” no relacionamento com a direção da Secretaria de Estado da Segurança Pública. Quem assume interinamente o comando é o coronel Carlos Alberto Bührer Moreira, chefe do Estado-Maior da PM, e responsável pelo inquérito policial militar que investiga o abuso empregado pela Polícia Militar na manifestação do dia 29 de abril.

A Gazeta do Povo apurou que Kogut enviou uma nota de esclarecimento para os policiais militares do estado. Segundo a nota, a demissão dele foi motivada por questões de gestão administrativa e operacional, e de relação profissional com o secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Francischini (SD). Ainda na nota, Kogut afirma que ‘durante toda a carreira profissional sempre teve e tem a conduta de poder olhar seus subordinados, pares e superiores de cabeça erguida’. Ele termina agradecendo todo o efetivo da Polícia Militar do Paraná.

Kogut publicou dois documentos nos últimos dias que o puseram em confronto direto com o secretário de Estado da Segurança Pública. Em uma carta ao governador Beto Richa (PSDB), queixou-se da postura do secretário, que tentou se isentar de responsabilidade no conflito com manifestantes no Centro Cívico no dia 29. O documento foi assinado por 16 dos 19 coronéis da ativa. Em uma nota à corporação, disse também que Francischini participou de todo o planejamento da operação. Carlos Bührer Moreira assinou a carta enviada a Richa repudiando declarações de Francischini.

No governo, a saída de Kogut é vista como “o começo do processo de reestruturação da segurança”. No entanto, ninguém confirma oficialmente a possível saída do secretário Francischini. Na quarta-feira, Francischini chegou a ser dado como demitido, mas depois de uma reunião com o governador teria sido confirmado no cargo. As cartas assinadas pelos coronéis, divulgadas logo a seguir, no mesmo dia, contudo, teriam tornado ainda mais difícil a permanência do secretário.

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A origem da demissão de Kogut está na ação da tropa da PM contra manifestantes que protestavam contra a aprovação da reforma previdenciária patrocinada pelo governo do estado. No dia 29, enquanto os deputados estaduais votavam a proposta, milhares de professores, estudantes e servidores públicos se aglomeraram nas proximidades da Assembleia. O governo e o Legislativo, porém, conseguiram uma ordem judicial para formar um cordão de isolamento impedindo a aproximação dos manifestantes. A alegação é que podia se repetir a ocupação da Assembleia, ocorrida em fevereiro, na primeira tentativa de aprovação de uma reforma do Paranaprevidência.

O saldo da atuação da PM, que passou a atirar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha quando os manifestantes forçaram uma grade no entorno da Assembleia, foi um confronto de duas horas. No total, 213 pessoas se feriram. O plano de reforma da previdência, que garante uma folga mensal de R$ 125 milhões para o governo, foi aprovado.

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