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Fábio Cleto deixou a vice-presidência da Caixa: aliado de Cunha. | Rodrigo de Oliveira/Divulgação
Fábio Cleto deixou a vice-presidência da Caixa: aliado de Cunha.| Foto: Rodrigo de Oliveira/Divulgação

A Caixa determinou à corregedoria da instituição a instauração de processo de apuração de todas as operações efetuadas na revitalização da região portuária do Rio e, em particular, das decisões do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal (CEF) Fábio Cleto envolvendo o projeto.

As ações do ex-funcionário, demitido há duas semanas e apadrinhado político do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também são alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato . Nesse caso, a apuração prioriza o rastreamento das contas internacionais usadas para receber a propina paga pelas empreiteiras.

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Como vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, Fábio Cleto criou no ano passado dificuldade para aprovar um aporte de recursos do FGTS, em torno de R$ 1,5 bilhão, para as obras do projeto de revitalização do porto do Rio. Ele chegou a assinar um parecer desaconselhando o investimento, mas mudou de ideia após dizer-se convencido pelos argumentos técnicos apresentados pela vice-presidência de Gestão de Ativos de Terceiros. Os procuradores investigam agora se, por trás das decisões de Cleto, estaria mais um caso de extorsão supostamente praticada por Eduardo Cunha, desta vez tendo como alvo a concessionária Porto Novo, responsável pela execução do projeto Porto Maravilha.

Cleto foi um dos alvos de busca e apreensão pela Polícia Federal na terça-feira passada, durante a Operação Catilinárias (desdobramento da Lava Jato). Na condição de representante titular da CEF no Conselho Curador do FGTS, ele exercia um papel-chave na aprovação de recursos para o Porto Maravilha. A concessionária que toca a obra desde 2011 é formada pelas empreiteiras OAS, Carioca Engenharia e Odebrecht.

A Lava-Jato já levantou mensagens de celular trocadas entre Cunha e Léo Pinheiro, da OAS, no dia 7 de novembro do ano passado, uma semana antes de o empreiteiro ser preso. O tema discutido foi a liberação dos recursos do FGTS. Quatro dias depois, o parlamentar garantiu a Pinheiro que resolveria dentro da Caixa e reclamou do Ministério das Cidades. “Lá, eu mudo isso tudo fácil, mas Cidades, não”, diz mensagem revelada pela revista “Época”. O período coincide com as idas e vindas do pedido de aporte na vice-presidência comandada por Cleto.

Léo Pinheiro é considerado um dos idealizadores da revitalização do porto. Para viabilizá-la, convenceu a prefeitura do Rio a autorizar o aumento do potencial construtivo na região portuária, permitindo construção além dos limites de gabarito vigentes, à exceção das áreas de preservação, de patrimônio cultural e arquitetônico e dos prédios destinados ao serviço público.

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