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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Ademar Traiano (PSDB) presidiu a Assembleia no momento mais tenso do Legislativo paranaense em décadas. Viu o plenário ser tomado por manifestantes em fevereiro. Em abril novo tumulto, com 213 pessoas feridas pela PM. Apesar de tudo, o tucano diz que não se arrepende de suas decisões e afirma que o Legislativo teve um ano “consagrador”. Leia a entrevista.

Qual a sua análise do primeiro ano na presidência da Assembleia?

Acho que a Assembleia, diante da crise que atravessamos, sai numa situação até consagradora. Fomos os grandes responsáveis por equalizar a greve dos professores. E tivemos uma produtividade de projetos impressionante. A consagração é a devolução de R$ 250 milhões ao governo do estado.

O sr. acha que a Assembleia se saiu bem nos tumultos do primeiro semestre?

Acho que se saiu muito bem. E digo isso com base em informações que a gente tem através de consulta com a população. A Assembleia não tem nenhuma responsabilidade nos episódios que ocorreram fora da Casa. O que nós procuramos foi proteger os deputados. Mesmo na tensão, tivemos equilíbrio para sair no primeiro momento e para negociar depois.

O sr. foi criticado por insistir na votação de 29 de abril, dizendo que “a bomba estava lá fora”. O que o sr. diria hoje sobre isso?

Essa foi uma frase que surgiu pensando no processo de votação. O que eu quis dizer foi que não tínhamos nada dentro da Assembleia que interferisse no processo de votação. Usei aquela expressão sem nenhuma maldade. As informações que chegavam eram desencontradas e eu procurava checar, ter tranquilidade. Chegaram a dizer que tinham morrido dois professores. Se isso fosse verdade, obviamente eu teria suspendido a votação. Mas não era verdade.

O sr. se arrepende de ter mantido a votação?

Não me arrependo porque o Paraná está sendo exemplo para o país. O que vimos aqui está acontecendo em outros estados, com aprovações de ajuste fiscal, assembleias sendo invadidas. E todo mundo procurando o governador [Beto Richa] para saber o que fazer.

Como o sr. vê o primeiro ano do novo mandato de Richa?

Foi um primeiro ano conturbado, mas não tinha outro caminho. Estávamos com a faca no pescoço. O governador teve a coragem de tomar as decisões que tomou, mesmo colocando a popularidade dele no pior nível de avaliação. E teremos tempo suficiente para recuperar isso. Inclusive essa recuperação já está aparecendo.

Neste ano, a Assembleia terá eleição para presidente. O sr. é candidato?

O processo de reeleição é natural para quem está em um cargo, mas não sou candidato de mim mesmo. É muito cedo para falar nisso.

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