São Paulo - A Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) tem como seu mais ilustre cooperado nada menos do que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é um dos petistas que, dado o relacionamento histórico entre o partido e o Sindicato dos Bancários, enxergou na cooperativa a oportunidade de adquirir um imóvel a preço reduzido.
A família de Lula espera há anos a entrega de uma cobertura triplex na Praia das Astúrias, no Guarujá. O apartamento consta da declaração de bens que o presidente apresentou à Justiça Eleitoral em 2006, como parte dos requisitos para se lançar candidato à reeleição. O imóvel foi descrito na retranca "Participação Cooperativa Habitacional Apartamento em construção no Guarujá". Até maio de 2005, Lula havia pago R$ 47.695,38 pelo imóvel.
O prédio na Praia das Astúrias é um dos empreendimentos nos quais os compradores optaram por desfazer o vínculo com a Bancoop. A obra foi repassada à Construtora OAS, o que, segundo representantes de cooperados, significa um aumento considerável no preço do imóvel, além do pagamento de multa. Apesar do acordo com a construtora, o empreendimento continua parado, à espera de regularização da documentação.
O fato de Lula esperar as chaves tem servido de argumento por parte da cooperativa para afirmar que não houve desvio de dinheiro, e sim um desequilíbrio financeiro nas contas. "Acho que esta é a maior prova", arrisca o advogado da cooperativa, Pedro Dallari.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é acusado pelo promotor de Justiça José Carlos Blat de desviar cerca de R$ 100 milhões da cooperativa quando ocupou a presidência da Bancoop, entre 2005 e 2010. O promotor acredita que parte desse montante tenha sido repassado ao PT para financiar caixa 2 de campanhas eleitorais. Vaccari nega as acusações.
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