• Carregando...
Crise financeira bate à porta |
Crise financeira bate à porta| Foto:

Serra lidera, mas Dilma ganha pontos para 2010

Florianópolis - Agência O Globo

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), lidera em todos os cenários de sucessão presidencial para 2010, segundo pesquisa divulgada ontem pelo instituto Datafolha no jornal Folha de S. Paulo, com taxas que variam entre 41% e 47%. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, subiu de três a quatro pontos percentuais, dependendo da situação, em relação à última pesquisa, realizada em novembro.

"Vejo com satisfação, porque sempre é bom nós termos o reconhecimento nacional e nesse sentido a pesquisa é estimulante", disse Serra ontem, em Florianópolis. Mas o governador paulista disse que o que mais chamou a sua atenção no levantamento do Datafolha foi a preocupação da população com o emprego e a renda. Segundo ele, é preciso concentrar todos os esforços das diferentes esferas da administração para enfrentar a crise, "que chegou ao Brasil e é muito forte, com o máximo de esforço". Ao ser perguntado sobre o crescimento na pesquisa da sua provável adversária, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, Serra limitou-se a dizer que não tem adversária, porque não está ainda em nenhuma corrida eleitoral.

O resultado de duas pesquisas divulgadas ontem mostra que o agravamento da crise econômica começa a surtir efeito negativo sobre a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pela primeira vez desde setembro de 2007, a pesquisa CNI/Ibope registra queda na avaliação positiva do governo do petista. Levantamento do Instituto Datafolha, publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, também indica popularidade menor.

Neste mês, a avaliação ótimo/ bom da gestão de Lula ficou em 64%, ante 73% em dezembro de 2008, de acordo com o CNI/Ibope. A nota média (que varia de zero a dez) atribuída pela população ao governo do presidente Lula recuou de 7,8 em dezembro para 7,4 neste mês de março. Já a confiança no petista recuou de 80% 74%. Por outro lado, subiu de 18% para 23% os entrevistados que afirmaram não confiar no presidente Lula.

O diretor de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marco Antônio Guarita, avaliou que a pesquisa mostra uma mudança de tendência, gerada pela crise financeira internacional. Segundo a pesquisa, o brasileiro acredita que a solução da crise está mais distante. Reduziu de 23% em dezembro para 4% em março os que acreditam no fim da crise no primeiro semestre de 2009. Por outro lado, aumentou de 13% para 25% o porcentual dos que acreditam que a crise será superada só em 2010.

Segundo a pesquisa, caiu de 57% em dezembro para 46% a aprovação do governo no combate ao desemprego. Já o porcentual dos que desaprovam as ações nessa área subiu de 40% para 50%.

No levantamento feito pelo Datafolha, a queda de cinco pontos percentuais na aprovação do governo Lula freou, pela primeira vez no segundo mandato, a trajetória de ascensão mantida desde março de 2007, quando marcava 48%. Apesar da queda, a aprovação de Lula continua acima dos índices atingidos pelos demais presidentes durante seus respectivos mandatos desde a redemocratização do país. No auge da popularidade do Plano Real, a maior aprovação obtida por Fernando Henrique Cardoso foi de 47%, em 1996. Entre os entrevistados, mais da metade (55%) acredita que o Brasil será pouco prejudicado pela crise. A percepção de que o país sofrerá forte impacto, porém, subiu de 20% para 31%.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que o governo não vê "com nenhum tipo de preocupação" o resultado do Datafolha. "O governo está com excelente índice de aprovação. Por outro lado, quem governa tem de enfrentar as questões e resolvê-las. O ônus de governar é esse", afirmou o ministro. Na opinião do ministro, o governo está bem e o resultado da pesquisa poderá ser revertido no curto prazo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]