A Procuradoria da União no Paraná conseguiu na Justiça 20 liminares que autorizam o bloqueio de R$ 1,08 milhão em bens de pessoas e empresas paranaenses envolvidos na Operação Sanguessuga. A operação, deflagrada em 2006, desarticulou um esquema de fraudes em licitações na área de saúde para aquisição de ambulâncias.
De acordo com a procuradoria, entre os sanguessugas paranaenses estão 26 ex-prefeitos, 76 servidores públicos de carreira ou comissionados, nove empresas, dois empresários e três ex-deputados federais. Eles são alvos de 31 ações civis públicas de improbidade administrativa. As liminares pretendem garantir a recuperação do patrimônio da União, ao bloquear preventivamente os bens dos réus, de forma que não sejam vendidos, doados ou transferidos, antes do julgamento da ação.
As ações correm em segredo de Justiça e, por isso, os nomes dos envolvidos não foram divulgados. Segundo a procuradoria, somente após o trânsito em julgado, ou seja, quando não couber mais recurso judicial, é que serão divulgados os nomes dos envolvidos.
Os acusados, caso sejam condenados, podem perder os direitos políticos e o cargo público, além de serem proibidos de firmar contratos com a administração pública.
A investida judicial para reaver os valores que teriam sido desviados pelos sanguessugas teve início há um mês e se desenvolve em vários estados.
Em todo o Brasil, a Advocacia-Geral da União quer reaver R$ 110 milhões, parte do total que teria sido desviado por meio de licitações irregulares e superfaturamento de preços na compra de ambulâncias pelas prefeituras.
O dinheiro era desviado do Orçamento da União, por meio da participação de deputados (que intermediavam a liberação dos recursos), prefeitos e agentes públicos municipais (que direcionavam as licitações) e de empresários que participavam das concorrências viciadas.