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O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse nesta segunda-feira que no momento não está nos planos do partido discutir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que num processo deste tipo é preciso avaliar as questões jurídica, processual e política. Segundo ele, juridicamente há grandes indícios de crime de responsabilidade, mas no lado processual é preciso considerar vários fatores. Ele lembrou que o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, aliado de Lula, tem poder monocrático de arquivar um pedido de impeachment se não considerá-lo consistente.

- O impeachment não está no foco político. Ele poderia desviar o foco das CPIs - disse o pefelista.

Bornhausen também lembrou que a admissibilidade de um eventual pedido no plenário requer quórum muito alto, de dois terços, e que o governo mostrou, na eleição de Aldo Rebelo, que conta com pelo menos metade dos votos da Casa. Ainda segundo ele, é difícil prosperar um pedido de impeachment sem que as pessoas que lideram o pedido tenham grande repercussão na sociedade.

Apesar disso, a assessoria jurídica do PFL está estudando se poderá entrar com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) questionado as declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que admitiu ter recebido dinheiro de caixa dois para pagar despesas de campanha de Lula nas eleições de 2002.

- A eleição de 2002 está sob suspeição - afirmou o pefelista.

Na reunião do partido, prevista para a próxima quinta-feira, o PFL deve discutir a proposta de representação no TSE e também a viabilidade de uma medida jurídica para apurar as denúncias de recebimento de dinheiro de Cuba para a campanha do PT. O PFL tem dúvidas se o foro adequado é o Supremo Tribunal Federal (STF), o TSE ou ainda se deve recorrer à Procuradoria Geral da República.

Sobre as eleições de 2006, Bornhausen afirmou que Lula, apesar de sua popularidade, terá séria dificuldade de ser reeleito.

- Lula pode ser o candidato mais forte do PT, mas não vejo a menor possibilidade de ele ser reeleito. Num debate, o que vai dizer sobre Delúbio Soares, Marcos Valério ou Waldomiro Diniz? Ele está enjaulado pela corrupção ocorrida em seu governo sem possibilidade da maioria absoluta - afirmou.

Segundo Bornhausen, no momento de uma campanha eleitoral, as propagandas de governo desaparecem e os candidatos atuam em condições de igualdade.

- Fatos serão realçados para colocar o presidente numa situação difícil de superar - afirmou.

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