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O ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho foi citado na última sexta-feira (18) por um oficial de Justiça de Guarapuava, na região Central do estado, pelo crime de duplo homicídio qualificado. Com isso, Carli Filho tem dez dias para apresentar uma defesa por escrito sobre a acusação. Como foi citado na sexta-feira, o prazo começa a contar nesta segunda-feira (21) e se encerra no dia 30 deste mês, na quarta-feira da próxima semana.

"Ele foi citado na sexta-feira", afirmou o escrivão criminal Jackson Likes, do Fórum de Guarapuava. De acordo com o oficial de Justiça Adriano Iatskiv, que cumpriu a intimação, o horário havia sido agendado anteriormente com a família do ex-deputado. "Foi cumprido por volta das 10h30 de sexta-feira, na residência dos pais dele. Não aconteceu nenhuma tentativa de impedir a minha presença no local e não houve nenhum imprevisto", afirmou Iatskiv. O oficial explicou que o ex-deputado não apresentou nenhuma surpresa com a intimação, mas demonstrou-se bastante preocupado com o processo judicial que irá enfrentar.

Carli Filho é réu no processo que julga as mortes dos jovens Gilmar Rafael de Souza Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20, que aconteceram no acidente da madrugada do dia 7 de maio, no bairro Mossunguê, em Curitiba. Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado (MP), e acatada pelo juiz da 2.ª Vara do Tribunal do Júri, Daniel Ribeiro Surdi de Avelar, o ex-deputado provocou o acidente, dirigia embriagado e estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa.

Laudos feitos pelo Instituto de Criminalística afirmam que Carli Filho dirigia em alta velocidade no momento do acidente. A velocidade aproximada, segundo as investigações, era entre 161 km/h e 173 km/h, aproximadamente 188% superior a máxima permitida no local que é de 60 km/h.

Em razão do violento impacto, as duas vítimas sofreram politraumatismos. Os promotores denunciaram o ex-parlamentar por homicídio qualificado, por entender que os rapazes não tiveram chance de defesa. Carli Filho havia sido indiciado pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) no inquérito policial que investigou o acidente. O delegado Armando Braga de Moraes, que comandou as investigações policiais, concluiu que o ex-deputado foi responsável pela colisão e que apesar de não ter a intenção de matar, assumiu o risco de provocar o acidente.

Caso o ex-deputado seja condenado por todos os crimes, que lhe foram imputados na denúncia, poderá receber pena mínima de 15 anos e máxima de 30 anos. Ainda poderá ter o direito de dirigir suspenso por prazo entre dois meses e cinco anos. Por se tratar de homicídio qualificado, crime considerado hediondo, caso ele seja condenado deverá cumprir pena inicialmente em regime fechado.

Procurado pela reportagem, o advogado Roberto Brzezinski Neto, que representa Carli Filho, afirmou que estava em viagem em Brasília e não iria comentar o assunto.

Outro inquérito

O delegado Armando Braga de Moraes, da Dedetran, abriu um inquérito policial para investigar se as imagens do posto de combustíveis, que filmou o acidente envolvendo o Carli Filho, foram adulteradas. As imagens poderiam revelar outros detalhes do acidente, como se havia mais um carro envolvido no local da colisão, que poderia estar participando de um racha com o ex-deputado.

Assista abaixo à simulação produzida pela Polícia Científica que mostra como foi o acidente envolvendo o deputado Carli Filho. Clique em "play" e aguarde o carregamento do vídeo

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