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lava jato

Cerveró é condenado a 5 anos de prisão por lavagem de dinheiro

Ex-diretor da Petrobras é acusado de usar compra de um apartamento no Rio para esconder dinheiro obtido com propina

Defesa de Nestor Cerveró reclamou da rapidez com que o juiz Sergio Moro proferiu a sentença. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Defesa de Nestor Cerveró reclamou da rapidez com que o juiz Sergio Moro proferiu a sentença. (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foi condenado a cinco anos de prisão, em regime inicialmente fechado, e a pagar multa de R$ 543 mil pelo crime de lavagem de dinheiro. A decisão foi proferida nesta terça-feira (26) pelo juiz Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato.

Cerveró é acusado de esconder dinheiro obtido com propina da Petrobras com a compra de um apartamento de luxo em Ipanema, no Rio de Janeiro, avaliado em R$ 7,5 milhões. Ele está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde janeiro.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Cerveró seria proprietário da empresa offshore Jolmey S/A, sediada no Uruguai, que usaria para lavar ativos recebidos da estatal. Foi a Jolmey do Brasil, uma “filial” da empresa uruguaia, que comprou o apartamento, o reformou (por R$ 690 mil) e depois alugou para Cerveró. O aluguel do imóvel, praticado até abril de 2014, era de R$ 3,6 mil mensais. O valor é considerado abaixo do praticado no mercado.

A lavagem, segundo o MPF, envolve a quantia de pelo menos R$ 2,4 milhões, “representados pelos três créditos identificados em reais na conta da Jolmey do Brasil”.

Na decisão, Moro diz que Cerveró, como diretor da Petrobras, tinha “salário substancial” e, portanto, “não tinha qualquer necessidade econômica de enveredar pelo mundo do crime”. Por fim, Moro diz que isso indica “ganância excessiva”. Já o MPF citou “ganância injustificável”.

Logo após a decisão, o MPF solicitou à Justiça para aumentar a pena de Cerveró para nove anos e quatro meses, e a multa para R$ 905 mil. Também foi pedido para que ele não possa ocupar cargos públicos ou ser membro do conselho de administração ou de gerência de pessoas jurídicas pelo dobro do tempo estipulado na pena. Moro ainda não decidiu sobre os pedidos.

No requerimento, a procuradoria também afirma que a sentença diz respeito a apenas um dos supostos crimes que teriam sido cometidos por Cerveró. O MPF cita como exemplo o suposto beneficiamento por propina da refinaria de Pasadena ( EUA).

O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, negou as acusações e disse que ficou “surpreso” com a rapidez da decisão de Moro. “A decisão foi dada 15 horas depois das alegações da defesa, que foi entregue na segunda-feira à noite”, disse.

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