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Se depender de uma certidão emitida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o 1º suplente Mario Roque vai ocupar a cadeira do deputado Fernando Ribas Carli Filho, que renunciou na última sexta-feira. Mesmo que a Assembleia decida empossar Roque, a questão pode não estar resolvida. É que o PSB diz que o lugar pertence ao 2º suplente, Wilson Quinteiro, e promete continuar lutando na Justiça para fazer valer seu entendimento.

A certidão do TRE, assinada pelo diretor-geral Ivan Gradowski, afirma que Mario Roque concorreu ao cargo de deputado estadual em 2006, obteve 37.747 votos e, com este resultado, colocou-se como 1º suplente do partido. A letra fria desta certidão seria suficiente para o presidente da Assembleia convocar Roque para assumir hoje, mas há controvérsias.

O problema é o seguinte: depois da eleição de 2006, Roque, incentivado pelo governador Roberto Requião, que queria elegê-lo prefeito de Paranaguá, migrou para o PMDB. Concorreu ao cargo pelo novo partido, brigou feio com o padrinho durante a campanha municipal e acabou perdendo para o reeleito prefeito José Baka Filho.

A direção estadual do PSB entende que, por ter trocado de sigla, Roque se enquadrou na decisão do TSE segundo a qual os mandatos pertencem aos partidos e não aos candidatos. Logo, perdeu o direito de figurar como 1º suplente, posição que passou a ser ocupada por Quinteiro.

Os advogados de Mario Roque não pensam assim. Lembram que o PSB já não obteve sucesso na Justiça Eleitoral numa ação em que pretendia cassar a primeira suplência. A Justiça mandou arquivar o processo. Logo, Roque foi reconhecido como detentor da posição e, por isso, vai se apresentar hoje à Assembleia para tomar posse da cadeira a que tem direito.

Ironia do destino

A história de Mario Roque é dividida em duas partes. Na primeira, como dileto amigo de Requião, fazia-lhe mesuras e dava-lhe presentes. Na segunda, ao identificá-lo como responsável por sua iminente derrota na campanha pela prefeitura de Paranaguá, foi autor de um dos mais virulentos ataques contra o governador de que se tem conhecimento na história. Gravou um vídeo bombástico que, durante semanas, foi campeão de acessos na internet.

Se voltar à Assembleia (já exerceu mandato por um mês no ano passado) será deputado de oposição ou de situação?

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Olho vivo

Ufa! 1

Como previsto, houve reação contra o cálculo errado da sangria à economia do Paraná provocada pela ineficiência do Porto de Paranaguá. A perda real é de um décimo da estimada. Ufa, que bom! pois é de "só" 140 milhões de dólares o valor do prejuízo que os produtores rurais sofrerão na safra deste ano em razão dos fretes mais caros que são obrigados a pagar por causa da insegurança à navegação nos acessos não dragados do porto.

Ufa! 2

US$ 140 milhões equivalem a R$ 280 milhões. Esse dinheiro, revertido na própria agricultura, seria multiplicado com a melhoria da produção e com a preservação de empregos, com reflexos em todas as cadeias da economia do interior. Mas para se ter ideia do que esse dinheiro vale, basta lembrar que com ele seria possível construir 20 mil casas populares, 500 creches, 15 bons hospitais, 140 escolas... Ufa!

Demora 1

O fato ocorreu há sete anos, mas até agora o sofrimento que causou permanece do mesmo tamanho: trata-se do caso do rompimento de um poliduto da Petrobras na Serra do Mar, ocorrido em fevereiro de 2002, que emporcalhou as baías de Guaraqueçaba e Antonina. Os peixes sumiram para nunca mais voltar. E milhares de famílias de pescadores (que já eram muito pobres) foram lançadas na miséria. Até hoje esperam indenização justa. O meio ambiente da vasta área atingida também não passou até agora por nenhum processo de recuperação.

Demora 2

Não é por falta de negociação com a Petrobras, obrigada e até propensa a financiar projetos ambientais e a compensar os pescadores. Neste último caso, já tem pago indenizações determinadas pela Justiça. Mas quanto ao resto – resto que envolve investimentos de centenas de milhões – nada foi feito. A intermediação entre as partes (isto é, entre a estatal, os pescadores e as ongs dispostas a conduzir projetos ambientais) está sendo feita pelo Ministério Público. Entretanto, há meses não se tem notícias de avanços – nem de explicações.

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