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"Enquanto o governador Roberto Re­­quião brigava para impedir a construção do Porto de Pontal do Paraná, nós estamos vendo a construção do Porto de Itapoá, aí ao nosso lado. Santa Catarina está investindo em cinco portos... e o Paraná quase nada, está quase tudo parado."

A frase é do governador Or­­lando Pessuti reagindo às críticas de que estaria querendo botar a mão no caixa de R$ 430 milhões do Porto de Paranaguá para projetos que, evidentemente, não vai poder realizar nesses pouco mais de 30 dias que ainda tem de mandato.

Na semana passada, Pessuti esteve em Brasília para conversações com o ministro do Plane­­jamento, Paulo Bernardo, e com o ministro Pedro Brito, da Secretaria Nacional de Portos. Com ambos, tratou dos meios legais e administrativos para obter a liberação dos recursos da Appa. Não há respostas positivas até agora, muito embora se espere para esta semana a continuidade das negociações. Ao mesmo tempo, a Procuradoria-Geral do Estado vai se empenhar para derrubar uma liminar da Justiça Federal, da semana passada, que impede o uso do dinheiro para outros fins que não os previstos nas normas tarifárias.

"Sou governador do Paraná até 31 de dezembro e tenho direito e autoridade garantidos pela Constituição para fazer o meu governo até o último dia", disse ele, também em resposta às pressões da equipe do governador eleito Beto Richa para que não comprometa recursos estaduais em ações que avancem sobre o período da futura administração.

Segundo Pessuti, apesar dessa pressão e da liminar da Justiça Federal, vai continuar insistindo na liberação dos recursos – pelo menos R$ 100 milhões dos R$ 430 milhões que a autarquia mantém aplicados no mercado financeiro. O governador acha melhor destinar parte desse "capital vadio" em projetos – e não em execução de obras – que possam, no futuro, dinamizar o setor portuário paranaense.

"Vai sobrar para o Beto Richa no caixa da Appa muito dinheiro para ele aplicar como quiser", afirmou, acrescentando: "Nin­­guém pode contestar a necessidade e a utilidade dos projetos que pretendo deixar encaminhados, como os da construção da Rodovia Inter­­portos e da ponte sobre a Baía de Guaratuba. Se o próximo governador não quiser executá-los, a responsabilidade será dele", frisou.

Olho vivo

"Suspeição" 1

O advogado Aurolino Reis, que defende Abib Miguel, o ex-diretor-geral da Assembleia acusado de ser o responsável pelas irregularidades denunciadas na série Diários Secretos, conseguiu criar grande desconforto no Tribunal de Justiça e no Ministério Público Estadual ao levantar generalizadas suspeitas sobre desembargadores, juízes e promotores que atuam na causa de seu cliente. Embora se digam "aborrecidos" com as palavras e insinuações lançadas pelo advogado, eles não veem razão nem para aceitar a suspeição nem para mudar sua atuação, a não ser em razão de provas e argumentos jurídicos.

"Suspeição" 2

A primeira "vítima" foi o desembargador José Maurício Pinto de Almeida, objeto de um estranho pedido de informações protocolado no TJ por Aurolino, após o magistrado ter negado por duas vezes a concessão de habeas corpus para Abib Miguel, mantendo-o preso em quartel da PM. O advogado arguiu também a suspeição da juíza Ângela Ramina e do promotor Odoné Serrano Jr., alegando não ter encontrado uma "explicação minimamente aceitável para tanta pressa e tanta eficiência" com que eles conduzem o processo.

"Suspeição" 3

A estratégia do advogado parece clara: quer a substituição dos que considera suspeitos acreditando que, com os substitutos, teria melhor sorte na defesa de Abib Miguel – o que pode colocá-los, em sentido inverso, na condição dos primeiros: se reformarem suas decisões, ficariam também sob suspeição?

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