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Dizem que o cofre do Porto de Paranaguá transborda com apetitosos R$ 400 milhões que tem guardados dentro dele. Dinheiro recolhido principalmente na forma de tarifas pagas pelos operadores portuários e que, legalmente, deveria ser destinado a obras vitais, como dragagem e ampliação do cais, por exemplo.

Como não foi usado para o fim a que se destinava, o dinheiro "sobrou" – o que, como provam as dificuldades de infraestrutura do terminal – não significa que o porto tenha sido bem administrado.

Pois bem: o atual governo faz "olho gordo" nessa grana e quer dar destino a ela diferente do que prevê a legislação. Um dos destinos pretendidos será o financiamento da estrada interportos – uma rodovia litorânea de apenas 80 quilômetros de Garuva a Paranaguá e Antonina, passando por Pontal do Paraná, visando a superar os atuais gargalos de acesso aos nossos portos.

Mas o desvio de finalidade é, embora seja em tese moral e tecnicamente aceitável, ilegal. Nem o governo eleito quer que se mexa nesse dinheiro, nem o Tribunal de Contas daria o seu aval.

Então, o que fazer? O "que fazer" já estaria sendo feito em clima de surdina. Trata-se de mudar algumas cláusulas do convênio pelo qual a União delegou para o estado a administração dos portos paranaenses. As alterações, segundo informam bem colocadas fontes, permitiriam a liberação de pelo menos parte dos recursos para o investimento nas rodovias.

As negociações correm rapidamente entre representantes do governador Orlando Pessuti e poderosos ministros do governo federal.

A expectativa é que até meados do mês que vem estejam concluídas e aprovadas as mudanças no convênio de delegação. De tal modo que ao governo Beto Richa não restaria alternativa a não ser dar cumprimento às novas disposições, isto é, investir na projetada estrada – ou, então, renegociar o convênio em outros termos com o governo petista de Dilma Rousseff. Se não conseguir este intento, a interportos fica com tudo para se chamar "Rodovia Governador Orlando Pessuti".

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Olho vivo

Consolo 1

O governador eleito Beto Richa definiu – talvez não com estas palavras – como um "prêmio de consolação" a quem indicar para o posto de presidente da Assembleia Legislativa. Embora reconheça a importância do cargo, que precisa ser colocado nas mãos de alguém do seu grupo político e em que deposite ilimitada confiança, Beto acredita que entre os dois pretendentes o nome que mais merece o prêmio é o do deputado Valdir Rossoni, ex-líder da oposição a Requião e presidente do diretório estadual do PSDB.

Consolo 2

Por duas razões: primeira, porque Rossoni nunca escondeu tal aspiração; segunda, porque, ficando na Assembleia, Rossoni deixa livre a chefia da Casa Civil (que também cogitava para si) para ser destinada a outro deputado – Durval Amaral, do DEM. Beto acredita que Durval tem perfil mais adequado para o cargo, que entre outros atributos exige do seu titular traquejo para negociações políticas. Já a Assembleia, que vem de uma crise interna sem precedentes, precisa de alguém talhado para enfrentar a pedreira que terá pela frente.

Buzão 1

Depois de 54 anos explorando algumas importantes linhas do transporte coletivo de Curitiba, a Viação Água Verde encerra suas atividades neste domingo. Em seu lugar assume a Transbus, vencedora da licitação promovida pela Urbs para regularizar todo o sistema, já que há meio século as empresas trabalhavam sob a condição de permissionárias e sem licitação.

Buzão 2

Enquanto isso, a edição de sexta-feira desta Gazeta publica em três páginas inteiras o edital lançado pelo DER para fazer o mesmo com o transporte coletivo intermunicipal. Assim como no caso do transporte coletivo urbano de Curitiba, grande parte das atuais operadoras de grande distância presta o serviço desde os anos 50 à margem da exigência legal de licitação. O edital nomina as empresas e descreve seus trajetos – primeiro passo para a contratação de uma consultoria que vai formular um novo plano diretor. Concluído este, haverá a licitação.

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