Muita água revolta ainda vai rolar debaixo da ponte antes de chegar à placidez de um lago. Mais de um ano ainda separa os políticos que pretendem disputar as eleições majoritárias de 2010 do quadrado que lhes corresponderá. Entretanto, a movimentação já é muito grande em torno das muitas alternativas colocadas em jogo, em meio às quais alguns já estão se ajeitando.
É o caso de Osmar e Alvaro Dias: primeiro se ajeitam em família e depois na política. Não faz um mês, a hipótese de que o Paraná veria os dois irmãos disputando o governo como adversários parecia ser coisa muito possível Alvaro lutando pela chance de ser o candidato do PSDB e Osmar firme na defesa do direito natural de ser o do PDT.
Hoje, porém, esta hipótese começa a ser superada. Esta semana eles sentaram à mesma mesa para almoçar e traçaram as primeiras linhas de um acordo: vão tentar enterrar as mágoas recíprocas para, em seguida, firmar compromisso de, se um se mostrar em melhores condições, não ter o outro como concorrente.
Como aferir isso? Primeiro, pela capacidade de cada um em construir um quadro político que lhes seja mais favorável, sem desconhecer o cenário da disputa pela Presidência da República. Segundo, mediante a realização de pesquisas de opinião popular. Os dois já encomendaram, separadamente, as suas pesquisas. Não querem saber ainda quem teria mais votos se a eleição fosse agora, mas captar as tendências populares a partir do perfil e da história de cada qual.
Ou seja, também entre eles ainda vai ser preciso um bom tempo para a definição de seus respectivos quadrados.
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Olho Vivo
Linha dura 1
O conselheiro Hermas Brandão, presidente do Tribunal de Contas, está fazendo enorme esforço para melhorar a própria biografia. Decidiu implantar um regime de linha dura na instituição e tomou três medidas que, além da surpresa, estão causando rebuliço na casa: mandou acabar com as placas frias dos carros dos conselheiros, implantou cartão-ponto para as faxineiras de empresa que presta serviços de limpeza e passou a exigir que os funcionários de carreira cumpram expediente. Não quer gafanhotos infestando o TC, como aqueles dos tempos em que presidia a Assembleia.
Linha dura 2
As faxineiras não tiveram opção, mas alguns servidores bem que tentaram livrar-se da obrigação de fazer expediente regular: vários deles pensaram em pedir para ser colocados à disposição de gabinetes de deputados estaduais. Até agora não tiveram sucesso, graças a uma outra providência preventiva de Hermas: até que podem ir para a Assembleia, desde que esta arque com seus salários. Claro que a Assembleia não topou.
Linha dura 3
Quanto à substituição das placas frias por quentes nos carros, cinco dos sete conselheiros não criaram problema, mas dois ainda resistem bravamente. São o presidente anterior Nestor Baptista e Artagão de Mattos Leão. Eles mantêm acesa a chama da esperança de que não demorará muito para que Hermas Brandão volte ao normal.
Intrigante 1
Funcionário público, com larga experiência na área fiscal, faz uma observação deveras intrigante: pelo Decreto 418/2007, o governador proibiu a compensação de impostos estaduais com precatórios; depois desse ato, porém, Requião baixou outro decreto, o 2.749/2008, pelo qual negócios do tipo "serão analisados e decididos, exclusivamente, pelo governador do estado".
Intrigante 2
Duas anotações do servidor: a) o primeiro decreto, pelo jeito, não era, assim, uma coisa a ser levada tão a sério, pois o governador, no seguinte, admite a possibilidade de exceções; e b) tais exceções ficam por conta de critérios pessoais do próprio governador. Isto é, ele (e só ele) decide, de forma imperial, quem pode e quem não pode ser beneficiado com a troca de tributos por precatórios. Fica a curiosidade: que poderosas razões podem levar Requião a beneficiar um contribuinte e deixar outro de fora?
Iniciativa
O procurador-geral do município de Curitiba, Ivan Bonilha, foi à rádio CBN ontem à tarde para explicar o caso da construtora Iguatemi aquela suspeita de apresentar certidões falsas em licitação da prefeitura em maio de 2006. Bonilha informou que foi da prefeitura a iniciativa da denúncia, que chegou à esfera policial somente em dezembro de 2008. Nesse período de espera de uma eventual confirmação da falsidade, a Iguatemi continuou sendo contratada em outras obras.
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"A oposição critica Dilma porque ela vai a inaugurações de obras. E o que Serra estava fazendo em Cascavel? Que obra o estado de São Paulo tem lá?"
Do presidente Lula, ontem, fazendo campanha para Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
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