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Balanço da Secretaria Estadual da Segurança divulgado anteontem indica que Curitiba registrou 598 homicídios dolosos em 2008. Em 2007, foram 549. O crescimento no período foi, portanto, de 9%. No mesmo período, segundo o IBGE, a população subiu de 1.797.408 para 1.828.092 – taxa de apenas 1,8%. Ou seja, o ritmo de aumento no número de homicídios foi cinco vezes maior que o crescimento da população.

Com isso, o índice de assassinatos na capital passou de um ano para o outro de 30 para 32 para cada grupo de 100 mil habitantes. Não são considerados nesse cálculo os casos de homicídio culposo e de latrocínio, que não aparecem discriminados no relatório da secretaria. Como, na prática, o resultado óbvio desses dois tipos de crime é o mesmo – isto é, a morte de pessoas vítimas da violência – pode-se concluir que o índice 32 assassinatos/100 mil acaba não refletindo a realidade.

Os dados da secretaria, no entanto, não são assim uma Brastemp. Eles são, digamos, flutuantes pois os números oficiais divulgados em 2007 foram mudados. Logo, torna-se impossível uma comparação rigorosa entre um ano e outro. A Segurança tem uma explicação para as mudanças numéricas que promoveu. Dá como exemplo "o registro de uma tentativa de homicídio que, posteriormente, poderá transformar-se em homicídio a partir da constatação da morte da vítima."

Pois bem: no relatório original de 2007, o número de homicídios dolosos era 589; feita a mudança, o número baixou para 549. Pergunta-se: 40 mortos seguiram caminho inverso ao do exemplo dado pela secretaria, isto é, teriam ressuscitado?

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A encrenca das corretoras de seguro

A prefeitura de Curitiba sacramentou anteontem o afastamento da corretora Plena como administradora do seguro em grupo dos servidores municipais e transferiu a responsabilidade para outra, a Murano. A Plena tem como sócio Muriel Klaus, filho do empreiteiro Alberto Klaus, ex-presidente do PP, cuja construtora, a Iguatemi, foi acusada de forjar documentos para participar de licitações.

A troca das corretoras, no entanto, não acabou com a encrenca. Ontem mesmo, o Imap recebeu notificação extrajudicial de uma terceira corretora, a Tooling, para que se abstenha de formalizar contrato com a Murano, porque teria sido indicada por uma seguradora (a Previdência), coisa proibida por lei. Se não houver reversão, o caso vai acabar na Justiça.

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Olho vivo

Patético 1

Anteontem, na "escolinha", o governador disse que nem as finanças estaduais sofrem tão pouco com a crise que nem sequer haverá necessidade de cortar programas de governo. Recomendou apenas economizar em alguns gastos. Viagens de funcionários, por exemplo. Aludiu à escola filosófica fundada por Aristóteles – a escola peripatética, que tinha por método ensinar passeando – para classificar de "peripatéticas" as secretarias que promovem muitas viagens.

Patético 2

Um dia depois, isto é, ontem, Requião viajou para Foz do Iguaçu acompanhado de grande séquito de secretários e auxiliares para dar posse a 2.126 novos diretores de escolas de todo o Paraná – todos, claro, com diárias, passagens e hospedagem pagos pelo governo. Não é patético?

Desembolso

O deputado Fabio Camargo (PTB) terá de desembolsar R$ 20 mil para o vereador curitibano Luiz Filipe Braga Cortes (PSDB), além de outros R$ 4 mil de honorários para o advogado deste, o ex-procurador Sérgio Botto de Lacerda. Esta é a condenação que o parlamentar acaba de receber do juiz da 10ª Vara Cível de Curitiba por ter ofendido a honra do vereador num programa de televisão que apresentou em 2007. Mais: a sentença do juiz terá de ser lida por Camargo, por quatro vezes, nos próximos programas. É o fim dos "gafanhotos"?

Sabe aquela história de deputados que mantêm funcionários (familiares e cabos eleitorais) pagos pela Assembleia em "escritórios" montados em suas bases no interior? Pois este é o maior ninho de "gafanhotos" que infestam historicamente a Casa. Ninguém sabe o que (ou se) fazem esses servidores. Aliás, a Polícia Federal descobriu que muitos deles só emprestavam o nome para que outros recebessem o salário. Pois vem aí também, junto com o Portal da Transparência da Assembleia, um ato que pretende moralizar essa área. Contra a vontade de vários deputados.

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