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Conhecidos os eleitos em todas as esferas e passado o feriado de Finados (emblemática data para retratar a situação em que ficaram muitos dos derrotados), começa amanhã a vida normal. Normal nem tanto, pois é a partir de agora, efetivamente, que o poder começa a ser dividido entre os vitoriosos.

Normalmente, a divisão se faz entre os que participaram da campanha, proporcionalmente ao peso que cada um teve na vitória. Quanto maior o peso, mais cargos e maior o orçamento de que vão poder dispor seus futuros ocupantes. Faz-se também a partilha do bolo visando a acomodar alguns amigos do peito, para aplacar a ansiedade de outros tantos e, sobretudo, para o governante conseguir confortável maioria no Legislativo.

Enquanto as equipes de transição debulham números e relatórios, uma multidão atrás delas se mexe avidamente para garantir suas colocações. Oficial­­men­­te, a transição começa amanhã, com a primeira reunião dos designados pelos dois governadores do estado, Orlando Pessuti (o atual) e Beto Richa (o quase atual).

Mas, com quem ficam os postos-chaves? Quem será nomeado para a Casa Civil, por exemplo? E para a Fazenda? Para o Planeja­­mento, Saúde e Educação? Quem cuidará das ricas estatais Copel e Sanepar? Tem muita gente pensando nisso e não há lugar para todos.

É este o problema que daqui para a frente, até a véspera da posse em 1.º de janeiro, que o eleito Beto Richa vai levar todas as noites para o travesseiro. Não é tarefa fácil montar as peças no tabuleiro.

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Olho vivo

Cara a cara 1

Ao longo de toda a campanha que travou para se eleger senador do Paraná, o deputado Gustavo Fruet aparecia em todas as pesquisas como preferido por apenas 20% do eleitorado – 22% no máximo. Ficava sempre distante quase 30 pontos de Requião, que por muito tempo foi o primeiro lugar da lista, à frente da companheira de chapa, Gleisi Hoffmann. No dia 3 de outubro, computados os votos, viu-se que a realidade era outra, bem longe das pesquisas: Gustavo ficou nos calcanhares de Requião, uma diferença de apenas 1,7%.

Cara a cara 2

Caracterizou-se aí um caso flagrante de erro dos institutos, que Fruet considera ter sido a causa de sua derrota. As reclamações do quase-senador já eram conhecidas. Ele as repetiu inúmeras vezes, mas anteontem, em São Paulo, teve a oportunidade de dizer o que pensa das pesquisas "cara a cara" com um diretor do Vox Populi durante um debate de televisão.

Cara a cara 3

A tal ponto Gustavo Fruet foi firme na argumentação que o representante do Vox Populi teve de reconhecer o óbvio: as pesquisas erraram feio e os institutos terão de rever sua metodologia se quiserem recobrar o prestígio e a credibilidade de que já desfrutaram no passado. E também para evitar a pretensão de alguns políticos (não é o caso de Fruet) de tentar censurar ou banir de vez as sondagens eleitorais.

Aviso 1

A Procuradoria-Geral de Justiça do Paraná já encaminhou para o promotor de Foz do Iguaçu todas as instruções para que encaminhe à Assembleia Legislativa o aviso de que o deputado Dobrandino da Silva (PMDB) deve ter seu mandato cassado. É que o parlamentar perdeu em instância final o processo movido pela promotoria de Foz, na década de 90, em que ele foi acusado de improbidade. E cabe ao promotor da comarca na qual o caso teve origem comunicar o Legislativo.

Aviso 2

A ação contra Dobrandino tramitou por uma década e foi decorrente de atos que praticou quando ainda era prefeito de Foz do Iguaçu. Depois disso, "pendurado" nos inúmeros recursos que impetrou, conseguiu exercer três mandatos de deputado estadual, incluindo o atual, que termina em 31 de janeiro próximo. Na eleição de 2010, tentou eleger o filho Sâmis (também ex-prefeito) para o seu lugar, embora pelo PSDB. Não deu certo: Sâmis foi o 88.º colocado.

Simplicidade

A um ilustre visitante do Palácio da Alvorada foi dada a honra de conhecer todas as dependências internas e jardins da residência oficial da Presidência da República. Acompanhou-o a simpática e solícita primeira-dama, dona Marisa Letícia, que apresentou ao visitante uma das inovações que introduziu no Alvorada: nada menos que um pequeno e discreto galinheiro, bem distante do prédio projetado por Niemeyer. pessoalmente cuidado pela primeira-dama. Em vez de estupefato, o visitante foi cativado pela simplicidade da mulher do presidente da República.

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