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Depois da trágica perda do cobiçado PMDB, estrategistas da campanha de Beto Richa acreditam já ter achado o tom que empregarão na campanha: a intenção é dividir o eleitorado em duas partes bem distintas – os eleitores do "lado de lá" e os do "lado de cá". Os "de lá" são colocados num mesmo saco. São os que pretendem votar em Gleisi Hoffmann, o que significa ter simpatia pelos desgastados PT, Dilma, Lula & por alguns detentos da Papuda. Como do mesmo saco serão tratados os adeptos de Requião, o governador "do atraso" e de atrapalhados irmãos. Já os "de cá" votam em Beto, jovem moderno, afeito ao diálogo, comprometido com o desenvolvimento, contrário a "tudo isso que aí está", blá-blá-blá...

A ideia é centrar o debate nas diferenças éticas, políticas e ideológicas das duas partes para, tanto quanto possível, colocar os adversários na defensiva e evitar que eles privilegiem a crítica aos pálidos resultados da gestão e culpem Richa pelo angustiante sufoco financeiro do estado. Se a estratégia vai dar certo é uma coisa que – como diria Garrincha – ainda precisa ser combinada com os adversários. Pois eles bem podem inverter a relação de cá pra lá.

Olho vivo

Bastidores 1

Na noite que antecedeu a convenção estadual do PMDB, na última sexta-feira, os deputados estaduais que defendiam a coligação com o PSDB promoveram jantares em suas respectivas casas com delegados do partido de suas bases. Fizeram as contas e concluíram que haviam obtido o compromisso de 362 votos – número mais do que suficiente para cobrir os 160 que Requião conseguiria e mais uns 70 de indecisos ou não identificados. A situação estava tranquila.

Bastidores 2

Tão tranquila que o governador Beto Richa passou na casa de um por um dos deputados para agradecer pessoalmente o apoio que os delegados do PMDB, ali reunidos, dariam à causa da sua reeleição. O clima era de certeza absoluta. Beto Richa foi dormir tranquilo, convicto de que já teria eliminado Requião do páreo, o "bicho-papão" da campanha.

Bastidores 3

No dia seguinte, o resultado foi bem outro. A turma da candidatura própria venceu por larga margem e Requião foi imediatamente aclamado candidato. Quem foi o culpado pela virada inesperada? A caça começou imediatamente e logo foi identificado o possível autor da "trairagem". Teria sido o deputado Nereu Moura, detentor de 57 votos convencionais.

Bastidores 4

Até a última hora ele frequentava os arraiais "richistas" e era tido como um importante militante pró-coligação com Richa – mas, de repente, por motivos ainda desconhecidos, teria virado a casaca e orientado seus aliados a despejarem os votos em favor da candidatura própria e, consequentemente, de Requião. Com seus 57 votos bandeados de um lado para o outro lado, Nereu é quem teria sacramentado a vitória do time de Requião.

Bastidores 5

Com o resultado da convenção, o governador deve ter se lembrado de uma profecia do ministro Paulo Bernardo (PT) que esta coluna registrou em janeiro de 2013. Segundo a bola de cristal do ministro, o esforço que Beto começava a fazer para atrair o PMDB equivalia a "comprar um terreno na Lua". Rubens Bueno, do PPS, tinha visão igualmente crítica. Para ele, Richa estava "nivelando a política por baixo".

Bastidores 6

Pelo edital de convocação, a convenção peemedebista se dividiria em suas partes: na primeira, seriam votadas as duas opções principais – ou coligação ou candidatura própria; na segunda, caso vencesse a tese da candidatura própria, seriam votados os nomes dos candidatos majoritários (governador, vice e senador).

Bastidores 7

E houve a segunda votação? Não. O clima de euforia paralisou os músculos do presidente da convenção, deputado Osmar Serraglio, e todo o resto foi decidido como que por aclamação. Tem gente no PMDB que viu na desobediência ao edital uma grave irregularidade, o que tornaria nula a convenção. O problema é que ninguém se habilitou até agora para levar o problema para o "tapetão".

PDT no Senado

O PDT estadual fez convenção no sábado e tomou uma só decisão: apoiar a candidatura petista de Gleisi Hoffmann. A ata ficou em aberto para a Executiva decidir, até dia 30, quem será o candidato a senador. Três nomes estão inscritos: o histórico trabalhista Leo de Almeida Neves, o vereador Jorge Bernardi e o deputado André Bueno. Entre outros motivos, o PDT considera importante ter candidato ao Senado para ocupar tempo nos horários eleitorais do TRE.

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