O deputado Luiz Carlos Martins, líder do PDT na Assembleia, anotou com muito zelo o que o presidente nacional de seu partido, ministro Carlos Lupi, disse em Curitiba na última sexta-feira: o diretório estadual pedetista está livre para tomar as decisões que lhe pareçam mais convenientes. Não é preciso nem fazer consulta prévia à direção nacional desde que as eventuais decisões não firam o programa partidário.
Martins, um dos escudeiros do senador Osmar Dias, candidato do PDT ao governo estadual, observa que muitos pedetistas e nem a imprensa atentaram para a profundidade da frase. Ela é autoexplicativa: se a aliança que se fazia com o PT de fato não tiver mais salvação, o PDT araucariano está liberado para buscar outras soluções.
E é aí que mora o "perigo" de tanta autonomia. O deputado não afirmou mas também não negou que o PDT paranaense trabalha com duas prioridades e pelo menos três alternativas caso as prioridades não se realizem.
Prioridade 1: esgotar totalmente os esforços para ressuscitar a frente com o PT. Reconhece que, no plano estadual, já não há o que fazer, mas se o presidente Lula ainda considerar importante ter Osmar Dias como aliado para eleger Dilma Rousseff...
Prioridade 2: com ou sem o PT, Osmar Dias se manterá candidato e buscará formar uma frente com outras legendas.
Se as duas prioridades não se viabilizarem, veem então as alternativas:
Alternativa 1: Osmar Dias tenta a reeleição para o Senado, independentemente dos acordos do PDT com outros candidatos majoritários ou partidos maiores.
Alternativa 2: o PDT se alia ao PSDB, apoia Serra e Osmar, candidato ao Senado, passa a fazer parte da chapa de Beto Richa;
Alternativa 3: o PDT se aproxima do PMDB e faz campanha para a dobradinha Orlando Pessuti-Osmar Dias, com a desvantagem de ter de carregar Requião na bagagem.
Há entre alguns correligionários de Osmar Dias quem sonha com uma quarta alternativa possível, mas aparentemente distante a de que o PMDB negue a legenda para Pessuti caso ele não se viabilize nas pesquisas como candidato a governador até o fim de maio. E que nesse caso, Pessuti leve o PMDB a fazer uma composição com Osmar Dias.
É como dizia Ulysses Guimarães: em política até boi voa.
Olho vivo
Na parada? 1
Se depender da vontade dos deputados Nelson Justus e Alexandre Curi presidente e primeiro-secretário da Assembleia é claro que eles continuarão em seus postos. Mas se por remota hipótese forem forçados a se afastar, quem ocuparia seus lugares? Na linha de sucessão prevista no regimento da Casa, seriam os deputados Antonio Anibelli e Valdir Rossoni, vice-presidente e segundo-secretário, respectivamente. É preciso saber, no entanto, se: a) a substituição seria a solução para a desinfecção da Assembleia e, b) se os substitutos estariam dispostos a colocar este trabalho insano sobre suas costas.
Na parada? 2
O deputado Rossoni foi questionado sobre isso e o que se ouviu em som mais alto e claro é que ele prefere não comentar a hipótese de assumir o lugar de ninguém até por uma questão de respeito, diz ele. Mas, contudo, porém, todavia, se porventura lhe couber a tarefa aceitará o desafio e agirá de forma a se desincumbir dela firme e rapidamente para devolver a Assembleia ao bom caminho. "Não me faltam experiência e vontade", diz ele, "mas também não faço campanha."
Ai meus bens 1
O ex-governador Roberto Requião foi novamente seria esta a enésima vez? condenado pela Justiça a tirar do bolso uma boa fortuna. Desta feita para ressarcir o erário de despesas que deveriam ser pagas com recursos próprios. Tudo começou quando a revista Exame publicou irônica reportagem com o título de "O Chávez brasileiro". Requião respondeu com uma matéria paga em outros veículos, incluindo a Folha de S.Paulo. Mas quem arcou com a despesa foram as empresas públicas Copel, Sanepar e Appa, no valor total de R$ 920 mil.
Ai meus bens 2
Ontem, a Justiça condenou além de Requião, também Rubens Ghilardi, Stênio Jacob e Eduardo Requião a dividirem a despesa quase R$ 240 mil para cada um. A nova condenação que se soma ao R$ 1 milhão em multas pelo mau uso da TV Educativa faz crescerem os boatos de que o ex-governador estaria transferindo bens pessoais para o nome de terceiros. Seria isto possível?
-
Um guia sobre a censura e a perseguição contra a direita no Judiciário brasileiro
-
O “relatório da censura” e um momento crucial para a liberdade de expressão
-
Braço direito de Moraes no STF já defendeu pena de morte e é amigo de Val Marchiori
-
Três governadores e 50 parlamentares devem marcar presença no ato pró-Bolsonaro de domingo
Deixe sua opinião