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Único dos grandes partidos que não têm um candidato a prefeito para chamar de seu em Curitiba, o PSDB costeia o alambrado de Gustavo Fruet. Oferece-lhe uma moeda preciosa: o tempo de que dispõe nos horários gratuitos de propaganda eleitoral nas emissoras de rádio e tevê.

A oferta chega a soar como música para os ouvidos de Gustavo, já que o seu partido, o PDT, sofre de inanição na cronometragem definida pela legislação eleitoral que divide os horários gratuitos entre as legendas, proporcionais às respectivas representações na Câmara Federal.

O PDT, sozinho, mal alcança 1 minuto nos blocos televisivos de dez minutos cada um que irão ao ar a partir de 26 de agosto – um às 13 horas, outro às 20h30, antes do Jornal Nacional. Logo, sem alianças com outros partidos que aumentem sua fatia na programação, Fruet estaria fadado a quase reviver a façanha daquele folclórico candidato presidencial de 1989 que só tinha tempo para dizer “meu nome é Enéas”.

Em troca da moeda que oferece, o PSDB quer a posição de vice na chapa – um nome não necessariamente tucano, mas, quem sabe, até mesmo de um indicado por outro partido do arco de influência do governador Beto Richa para “não dar na cara”.

A insistência é grande: sem candidato e tendo perdido o aliado Luciano Ducci (que desistiu da própria candidatura pelo PSB para apoiar Rafael Greca, do PMN), o PSDB precisa marcar território em Curitiba, o maior colégio eleitoral do estado. Isto é vital para o projeto de Richa de concorrer ao Senado em 2018.

Dentro do PDT, narizes se retorcem. Preferem uma aliança mais enxuta, na qual figurariam o PPS, o PTB e outras siglas menores, mas que também convergiriam para ampliar o tempo de propaganda do candidato. Avaliam que será grande o prejuízo eleitoral de trazer para dentro da campanha de Fruet a rejeição a Beto Richa. Por outro lado, há no grupo também quem sinta a tentação de correr o risco.

O martelo ainda não foi batido, mas o tempo ruge: pelo calendário do TSE, as convenções partidárias devem ser obrigatoriamente realizadas entre amanhã (dia 20) e 5 de agosto, último dia para a definição das chapas.

OLHO VIVO

Naufrágio 1

Está à beira do naufrágio o projeto que o governo mandou para a Assembleia, em regime de urgência, visando a recriar um fundo rotativo na Secretaria de Segurança Pública destinado a pagar a manutenção de suas quase 10 mil viaturas – assunto tratado na coluna da edição do fim de semana. Um parecer elaborado por técnicos do Tribunal de Contas classifica a iniciativa como nociva ao interesse público. O governador deve receber hoje o parecer, com um apelo para que retire o projeto de tramitação.

Naufrágio 2

Enquanto isso, a 3.ª Inspetoria de Controle Externo do TCE identificou irregularidades na forma como a Segurança Pública gastou R$ 2,7 milhões em manutenção de viaturas policiais ao longo de 2015. Segundo fonte do Tribunal, o governo já foi notificado de que houve transferência ilegal de recursos entre fundos administrados pela Sesp para contratar serviços mecânicos em desobediência ao sistema licitado e implantado no ano passado.

Memória

Ex-deputado federal e ex-presidente estadual do PSDB, o economista Hélio Duque corrige anotações dos Diários da Presidência, de Fernando Henrique Cardoso. Segundo FHC, num jantar no Palácio da Alvorada, o senador Alvaro Dias teria impedido a filiação ao PSDB do então governador Jaime Lerner, do PDT, quando já se preparava para disputar a reeleição. Dias teria ameaçado deixar o partido se Lerner entrasse. Duque diz que esta versão de FHC está equivocada: Lerner foi impedido de virar tucano por decisão autônoma e majoritária do diretório estadual do partido (na época presidido por Duque) em reunião à qual esteve presente, em defesa de Lerner, o já então ex-senador José Richa. N.R.: Lerner foi para o PFL e se reelegeu em 1998.

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