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Numa ação que operadores portuários definem como de "pirataria", ataques a bombordo e estibordos estão sendo disparados por políticos que pretendem lotear o comando da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). Se o governador Beto Richa não resistir aos ataques, os operadores temem pelo fim próximo do comando do atual superintendente, Luiz Dividino Neto.

As mesmas fontes da coluna asseguram que a ambição pela retomada do Porto ocorre em meio aos movimentos de reforma do secretariado e de mudança na prefeitura de Paranaguá. O medo dos operadores é ver, de novo, a administração portuária ser dividida entre vereadores locais e cabos eleitorais de alguns políticos influentes.

Citam um caso concreto: o novo secretário de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Jr., já teria indicado o ex-deputado Lucio Cioni, que atuou na coordenação de sua campanha para prefeito de Curitiba, para ocupar um cargo de diretor na Appa, em comum acordo com a empresa Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP).

Também o novo prefeito de Paranaguá, o peemedebista Mario Roque, supostamente em nome do acordo que o partido negocia com Beto Richa, pressiona para que sejam nomeados parentes e cabos eleitorais para cargos na Appa.

Os operadores se exasperam com a situação. "Pela primeira vez nos últimos dez anos – dizem eles – o Porto vem sendo administrado com visão técnica em busca de eficiência. Querem acabar com isso", lamentam, lembrando os tempos "desastrosos" em que a Appa teve como superintendentes o irmão de um ex-governador que nada entendia do ramo e, já no atual governo, por um político local.

As poderosas Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) ainda observam de longe a operação pirata, mas já se preparam para assestar seus canhões se acharem necessário.

Olho vivo

Marajás 1

Pelo menos quatro servidores, de um total de 14 recém-aposentados da Câmara Municipal de Curitiba, pretendem receber aumentos que podem elevar seus proventos para até R$ 28.059,29 mensais, a serem pagos pelo IPMC, o instituto municipal de previdência. Desse grupo fazem parte dois parentes e dois ex- assessores próximos do ex-presidente João Cláudio Derosso.

Marajás 2

Os parentes são a irmã Fátima Derosso Chu e o cunhado Chu Chia Gean, que exerceram altos cargos na Câmara. Os outros dois são também ex-diretores da época em que Derosso reinava: Relindo Schlegel (Administração e Finanças) e Luiz Fernando Küster (procurador jurídico). Em janeiro passado, 15 dias antes da posse da atual Executiva presidida pelo vereador Paulo Salamuni, o setor de recursos humanos concedeu-lhes o aumento e mandou para o IPMC a ordem de "pague-se" já na folha de fevereiro.

Marajás 3

O aumento extraordinário para os 14 inativos foi definido pela diretoria de pessoal da Câmara como resultado de um "gatilho" que, segundo especialistas, só é aplicável aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O IPMC se recusa a cumprir a ordem de aumento, o que obriga Salamuni a tomar uma atitude. Em tempo: o salário do prefeito, de R$ 26.723,13, é menor do que o pretendido pelos aposentados da Câmara.

Pedágio 1

Se as concessionárias de rodovias do Paraná não tivessem obtido liminares na Justiça, o governo estadual já teria perdido o prazo dado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para realizar completa auditoria nos contratos de concessão. A determinação do TCU, resultante de um pedido formulado por Gleisi Hoffmann no início de seu mandato de senadora, fixava o último dia 15 como prazo final para a revisão do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, com provável redução das tarifas, segundo lembrou esta semana o Fórum Nacional contra o Pedágio.

Pedágio 2

Ontem, a Departamento de Estradas de Rodagem (DER) respondeu que o prazo só começará a contar depois de julgado o mérito das ações propostas pelas concessionárias – algo imprevisível. Entretanto, afirmou que, apesar de estar desobrigado de cumprir agora a determinação, já comunicou o TCU de que vem tomando providências para atendê-la.

Pedágio 3

Por meio de sua assessoria, o DER informou ter contratado a Fundação Instituto de Administração (FIA), ligada à Universidade de São Paulo, para proceder os estudos. E que espera vê-los concluídos até junho deste ano.

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