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Partindo do pressuposto de que o senador Alvaro Dias será mesmo candidato à Presidência da República, pelo PV, abre-se completamente a porta para que seu irmão, o ex-senador e atual vice-presidente do Banco do Brasil, Osmar Dias (PDT), confirme sua candidatura ao governo em 2018. Há pela frente 30 meses até a eleição, mas já se mexem com sofreguidão algumas peças do tabuleiro político do Paraná em busca de arranjos que lhes propiciem vantagens.

Um destes movimentos – antecipado há três meses por esta coluna – é a tentativa cada vez mais acirrada dos articuladores políticos do governador Beto Richa para promover uma aproximação com Osmar. Eles o veem como “invencível” na próxima eleição dada a inexistência, até o momento, de adversários viáveis.

Desmantelado em seu prestígio desde que ficou visível a desorganização das finanças estaduais nos quatro anos do primeiro mandato e, depois, a partir da derrama fiscal e da tragédia do Centro Cívico no primeiro ano do segundo, o PSDB se vê órfão de nomes fortes e, portanto, sem condição de lançar candidato próprio em 2018.

Por isso, o partido já considerará uma grande vitória se conseguir eleger Richa para uma das duas vagas para o Senado que serão disputadas na mesma eleição de 2018. Uma delas – creem os sábios do tucanato – estaria “reservada” para a reeleição de Roberto Requião, já que não acreditam na possibilidade de o senador se arriscar em nova disputa pelo Iguaçu.

O conselho dado a Richa é para que não concorra ao Senado como alguém que caiu na orfandade, isto é, sem uma boa “dobrada” com um candidato forte ao governo, pondo em risco o resto das vitaminas que o PSDB acumulou nos últimos anos. Daí o esforço – até agora infrutífero – de se aproximar de Osmar Dias. Para conquistá-lo, os tucanos oferecem-lhe recursos e apoio logístico para a campanha para compensar a “pobreza” do PDT paranaense. Além disto, mais tempo de TV e – aí é que “porca torce o rabo” – um candidato tucano para a vice!

Quem já se ofereceu para a missão de ser o vice de Osmar foi o presidente da Assembleia e presidente estadual do PSDB, deputado Ademar Traiano. Mas isso antes de ver seu nome entre os investigados pelo Ministério Público como um dos envolvidos na Operação Quadro Negro.

E eis aí outro motivo para o PSDB virar “amigo” de Osmar: não é bom para Richa ter no Iguaçu um sucessor que ameace revolver as entranhas de sua administração. Um aliado seria sua tábua de salvação.

Bem ao seu estilo de não tomar decisões se não em cima do laço, Osmar Dias tem refugado as propostas. Mesmo porque, pensando nos dias atuais, a alta rejeição popular ao nome de Beto Richa pode lhe ser fatal. Ele já aprendeu a lição: em 2010, quando disputou com Beto a eleição para o governo, aceitou uma desastrada aliança com Roberto Requião e foi contaminado pela rejeição ao nome do ex-governador nos grandes colégios eleitorais.

Situação feia 1

Uma das poucas iniciativas publicitárias do prefeito Gustavo Fruet está chegando pelo correio à casa de eleitores: trata-se de um folheto dobrável de quatro páginas em que resume uma prestação de contas dos três primeiros anos de gestão. Destaca investimentos em saúde e educação e fala em austeridade e economia de gastos de R$ 300 milhões.

Situação feia 2

Não há uma linha com o nome do prefeito – mas há um gráfico que prima pelo didatismo: qualquer que seja o eleito em outubro próximo, encontrará uma prefeitura vivendo extrema dificuldade. Até 2011, mostra a figura, as receitas cresciam mais que as despesas – quadro que se inverteu drasticamente de 2012 para cá: as despesas cresceram, a arrecadação caiu, os repasses estaduais minguaram. Sem dar números, o resultado é feio: enorme déficit nas contas municipais.

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