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Nos corredores

Campos no Paraná

Pré-candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB) estará no Paraná entre os dias 15 e 17. Vai passar por Londrina, Maringá e Ponta Grossa. A visita é tida como decisiva sobre os rumos do partido no estado e se Campos vai continuar aceitando ser o segundo palanque de Beto Richa (PSDB) no estado.

Tira-teima

Antes da viagem, Campos recebe na terça-feira levantamento do Paraná Pesquisas sobre a viabilidade eleitoral do deputado Rubens Bueno (PPS) na disputa pelo governo do estado. Além dos números, ser recebido ou não por Richa deve fazer diferença na decisão final.

Único pedido

Em recente reunião com Campos, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, teria feito um único pedido ao presidenciável nas articulações nos estados: levar o PSB para uma aliança com Bueno no Paraná. Na eleição nacional, o PPS é até agora o principal aliado fechado com os socialistas.

"Tudo aquilo que aprendi sobre a moral dos homens, aprendi nos campos, jogando futebol." A frase do escritor e filósofo franco-argelino Albert Camus é como uma senha para decifrar a relação entre os políticos e o esporte. E, se o Brasil é mesmo o país do futebol, nada mais natural que a política também gire em torno da bola.

Figurões atuais do quadro eleitoral estadual e nacional alimentam paixões genuínas pelo esporte. Algumas delas costuram trajetórias distintas – e são relevantes para entender o perfil de cada um. Talvez até o caráter.

Lula carrega no DNA e nos discursos a identidade de peladeiro. "Tem gente que não gosta do meu otimismo, mas eu sou corintiano, católico, brasileiro e ainda sou presidente do país. Como eu poderia não ser otimista?", filosofou o petista em 2009, durante um dos picos da crise econômica internacional.

O ex-presidente sempre jogou bola. Reza a lenda que foi nos rachões entre deputados-constituintes, em 1988, que se aproximou de Aécio Neves (PSDB). Então com 28 anos, Aécio era um "craque" disputado entre os times de coroas – Lula, com 43, ficava na média.

Mineiro e festeiro, Aécio também é Cruzeiro. Até debaixo d'água. Dizem as más línguas de Belo Horizonte que torcer pela Raposa foi a única coisa que manteve a ligação dele com Minas durante a criação, no Rio de Janeiro.

Postulante à terceira via na disputa presidencial de 2014, o pernambucano Eduardo Campos (PSB) é Náutico. Curiosamente, o time também uma espécie de terceira via de Recife. Quem é Náutico não tem grandes dilemas em apoiar o Santa Cruz quando o objetivo é derrubar o Sport – e qualquer semelhança com a aliança atual entre PSB e PSDB contra o PT, nesse caso, não seria apenas uma coincidência moral, como diria Camus.

E a presidente Dilma Rousseff? Mineira que fez a vida no Rio Grande do Sul, ela diz ter o coração dividido: é Atlético-MG e Internacional. Quem gosta mesmo de futebol, no entanto, sabe bem que não existe essa história se colocar entre dois clubes – gostar até pode, mas amor de verdade, só por um.

No Paraná, a paixão mais aberta é a do prefeito Gustavo Fruet (PDT) pelo Coritiba. Em 1985, ele esteve na caravana organizada pelo pai, o então prefeito Maurício Fruet, que foi à final do Brasileiro contra o Bangu. Governador e candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB) vive um ano de sorte nas quatro linhas – o time dele é o Londrina, que voltou a ser campeão paranaense depois de 22 anos.

Richa terá como adversária nas urnas a atleticana Gleisi Hoffmann (PT). Se o PMDB optar por candidatura própria, vai enfrentar outro rival rubro-negro, o senador Roberto Requião. A deputada federal Rosane Ferreira (PV) seria, nesse caso, a única coxa-branca na disputa.

Dizer que revelar o time dá voto em uma eleição majoritária talvez seja pretensão demais – o mais provável é que tire. A questão é que pelo menos deixa os políticos mais humanos. Apreciar futebol não faz mal para ninguém.

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