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Nos corredores

Paraná e o mensalão

Dois juízes que atuam no Paraná foram escalados nos últimos meses como auxiliares de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e devem ter papel importante no julgamento do mensalão. Titulares de varas criminais de Curitiba, Danilo Pereira Júnior e Sérgio Moro são auxiliares, respectivamente, de Gilmar Mendes e Rosa Weber. Vale lembrar que nenhum dos atuais 11 ministros do STF fez carreira como criminalista.

Especialista em lavagem

Sérgio Moro é especialista no combate à lavagem de dinheiro, prática citada nas acusações contra 34 dos 38 réus do mensalão. Recentemente, Moro também ganhou notoriedade por defender abertamente o poder de investigação do Conselho Nacional de Justiça. Em janeiro, bateu de frente contra instituições de classe como a Associação dos Magistrados Brasileiros e a Associação dos Juízes Federais do Brasil.

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Procurado para dar entrevista sobre o julgamento do mensalão, Moro preferiu não falar. Segundo ele, o trabalho de juiz auxiliar não está limitado a apenas um caso. Ao todo, 14 juízes auxiliares de primeira instância trabalham atualmente em gabinetes de ministros do STF.

Curitiba está no eixo de quatro capitais brasileiras em que as eleições de 2012 serão decisivas para a sucessão presidencial em 2014. Nessas cidades, a disputa fugirá do embate clássico entre PT e PSDB. A pedra no caminho dos petistas agora é o PSB.

Em Belo Horizonte, Recife e Fortaleza haverá confronto direto entre as duas legendas de esquerda. Na capital paranaense, o choque é indireto, com Gustavo Fruet (PDT) apoiado pelo partido de Lula contra Luciano Ducci (PSB). O efeito prático, porém, será o mesmo: vença quem vencer, a escaramuça vai deixar cicatrizes profundas.

Petistas e socialistas quase sempre militaram juntos nos últimos 23 anos. Em 1989, 1994, 1998 e 2010 estiveram coligados nas eleições para presidente. Aliás, quando perdeu para Fernando Collor no segundo turno, Lula teve um vice do PSB, o gaúcho José Paulo Bisol.

O ex-presidente também foi responsável direto pela ascensão meteórica dos socialistas a partir da última década, graças à sintonia com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Em 2010, a legenda elegeu seis governadores, um a mais que os petistas. Deixou de ser um mero satélite do lulismo para transformar-se em uma estrela de luz própria.

Mas qual é hoje a verdadeira cor do PSB? Impossível de definir. Na verdade, a sigla transita entre tucanos e petistas como um camaleão, que engorda com as sobras deixadas pelas rusgas entre os dois rivais.

Em Belo Horizonte e Curitiba, o PSB comporta-se como um reles acessório do PSDB. O mineiro Márcio Lacerda e o paranaense Luciano Ducci são soldados do senador Aécio Neves e do governador Beto Richa, respectivamente. No Nordeste a situação é diferente.

Em Fortaleza e Recife há confrontos entre máquinas municipais petistas e governos estaduais socialistas. Em Fortaleza, Elmano Freitas (PT) concorre contra Roberto Cláudio (PSB). No Recife, Humberto Costa (PT) enfrenta Geraldo Júlio (PSB).

Nos dois casos os socialistas conseguiram montar coligações enormes e, principalmente, atrair o PMDB. Aí surge outro aspecto relevante. Para combater os petistas, o PSB conseguiu a façanha de ora se unir aos tucanos, ora se juntar aos peemedebistas, que têm o vice-presidente da República.

Isso sem contar na aliança prioritária que o partido tem com o PSD de Gilberto Kassab. Juntas, as duas siglas somam quase o mesmo número de cadeiras no Congresso que as três legendas de oposição – PSDB, DEM e PPS. É uma força que não pode ser menosprezada.

Se garantir vitórias contra o PT nas quatro capitais (o que não seria nenhuma surpresa), o PSB se consolidará como um personagem decisivo para as eleições de 2014. Poderá tanto reivindicar a vice em uma chapa petista quanto tucana. Ou, ainda, trilhar pela segunda vez um voo presidencial solo (a primeira vez foi em 2002 com Anthony Garotinho).

Difícil é definir o que o PSB realmente acrescenta para a política brasileira. Entre uma aliança es­drúxula aqui e outra acolá, o partido apenas se vale de mais do mesmo para galgar poder. Nada muito diferente do que o PMDB fez a vida inteira, sem nunca conseguir construir um projeto de poder pelas próprias pernas.

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