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Rubiana transferiu o título de Araucária para Curitiba
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná concluiu ontem o alistamento eleitoral da capital para as eleições municipais em outubro. Quem não fez o recadastramento até ontem não poderá votar nas eleições de 2012, terá o título eleitoral cancelado e também ficará impossibilitado de retirar certidão de quitação eleitoral. Sem este documento não é possível tirar passaporte, fazer matrícula em instituições públicas, contrair empréstimos em bancos estatais ou assumir cargo público.
No último dia do prazo nacional estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para regularização eleitoral, a maior parte dos atendimentos feitos pelo TRE era de quem estava transferindo o título para Curitiba ou de quem estava fazendo o primeiro título de eleitor.
Só ontem foram atendidos cerca de 5 mil eleitores que deixaram a regularização para última hora. Desde o início da semana, o TRE atendeu aproximadamente 10 mil pessoas, de acordo com balanço prévio.
Aproximadamente 211 mil títulos de eleitor haviam sido cancelados em Curitiba após o término do recadastramento biométrico, em janeiro. Desse total, o TRE estima que 25 mil pessoas regularizaram sua situação até ontem. No total, aproximadamente 1,1 milhão de eleitores curitibanos serão reconhecidos pelas impressões digitais nas eleições deste ano.
Espera
Ontem a fila chegou à Avenida Marechal Floriano Peixoto, na altura 3.600. Pessoas ficaram até cinco horas na fila para serem atendidas.
A auxiliar de cozinha Rubiana dos Santos Candido, 21 anos, chegou ao TRE às 11h45 e só conseguiu ser atendida por volta das 15 horas. Ela veio solicitar a transferência do título para Curitiba, já que votava em Araucária, onde trabalhava. "Vim hoje porque não pude sair do trabalho nos outros dias", disse.
Alguns eleitores relataram que tiveram dificuldades em comprovar a residência por não possuírem documentos em nome próprio. Como uma eleitora que pediu para não ser identificada e teve de pedir para que o pai fosse até o TRE assinar uma declaração de que ela mora na mesma casa que ele. "É chato o transtorno, me deram a informação errada, mas é isso que dá deixar para a última hora", disse.
Puxão de orelha
Durante a tarde, a espera para atendimento em um dos 78 guichês estava demorando cerca de três horas. Os eleitores que estavam na fila às 18 horas receberam senhas para garantir o atendimento, que continuou até as 21 horas.
Entre os que deixaram a regularização para a última hora havia muitos eleitores entre 16 e 18 anos, que estavam se alistando para votar pela primeira vez. Esse era o caso de Ariadne de Oliveira, 17 anos. Ela contou que levou um "puxão de orelha" de seu professor de Português durante a aula do curso pré-vestibular ontem pela manhã. "Ele perguntou: quem ainda não fez o título? Metade da sala levantou a mão", conta. "O professor disse que nós tínhamos que nos envergonhar de perder a oportunidade de votar. Então eu decidi vir", explicou ela. Para aproveitar o tempo gasto na fila, cerca de três horas, ela levou apostilas do cursinho para ler.
