A Procuradoria Geral da República (PGR) investiga se o ex-presidente Fernando Collor de Melo (PTB-AL) adquiriu antiguidades e obras de arte milionárias com o objetivo de lavar dinheiro. Notas fiscais obtidas pelo órgão, após uma denúncia anônima, comprovam vendas de ao mesmo R$ 1,5 milhões ao senador. A suspeita teria surgido durante investigações da Lava Jato.
As informações foram publicadas pela “Folha de S. Paulo” nesta quinta-feira (14). Segundo o jornal, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou, a pedido do procurador Rodrigo Janot, mandado de busca e apreensão em endereços de um restaurador identificado como Roberto Kazuto Mitsuuchi, em São Paulo. Deferida pelo ministro Teori Zavascki, a operação teria ocorrido em 15 de dezembro. Para os investigadores, Mitsuuchi seria o intermediador da venda de quadros e teria participado de leilões de arte em nome de Collor.
Fernando Baiano participa de duas acareações da Lava Jato em Curitiba
Leia a matéria completaA PGR também obteve trocas de mensagens entre os dois e um orçamento de um serviço de restauração. Além disso, o fato de Mitsuuchi ter sido convidado pelo senador para restaurar uma igreja em Alagoas reforçou a suspeita.
Em julho do ano passado, durante uma operação de busca e apreensão na Casa da Dinda, obras de arte já haviam sido apreendidas pela Polícia Federal. Segundo a “Folha”, um desses quadros era do pintor modernista Di Cavalcanti, cujas descrições são compatíveis com a denúncia anônima recebida pelos investigadores, que relata a aquisição de um quadro do pintor por R$ 2 milhões.
A assessoria de Collor disse ao jornal que o acervo de obras de arte do senador, pago com recursos próprios, é constituído por herança familiar, doações de admiradores e em leilões de antiguidades e casas especializadas.
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