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Sperafico (esq.), Camargo (centro) e Micheletto dizem que estranhos usaram suas cotas de passagens sem autorização | Arnaldo Alves/Gazeta do Povo, Gilberto Nascimento/Ag. Câmara e Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Sperafico (esq.), Camargo (centro) e Micheletto dizem que estranhos usaram suas cotas de passagens sem autorização| Foto: Arnaldo Alves/Gazeta do Povo, Gilberto Nascimento/Ag. Câmara e Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Em mais uma mostra do descontrole com a cota de viagens aéreas dos parlamentares, três deputados federais do Paraná suspeitam terem sido envolvidos, sem saber, no suposto esquema de venda paralela de bilhetes da Câmara Federal, o que é ilegal. Affonso Camargo (PSDB), Dilceu Sperafico (PP) e Moacir Micheletto (PMDB) foram surpreendidos com a lista de nomes que usaram os bilhetes emitidos para eles, divulgada na última quarta-feira pelo site Congresso em Foco. Os três dizem que suas cotas teriam sido usadas para emitir passagens ao exterior sem seu conhecimento. Há a possibilidade de que o esquema envolva funcionários de gabinetes com a venda ilegal de bilhetes para terceiros.

Em nome de Sperafico, foram geradas 17 passagens internacionais entre janeiro de 2007 e outubro de 2008. Entre elas, seis para o trecho São Paulo–Paris, nos nomes de Sérgio Ianninni, Ivan Choas e Vinícius Costite. Em reportagem publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, Ianninni e Choas disseram que compraram as passagens em uma agência de turismo de Brasília, a Infinite.

Ambos fizeram a viagem, mas não sabiam qual era a verdadeira origem dos bilhetes. Segundo a reportagem, uma funcionária do gabinete de Aníbal Gomes (PMDB-CE) admitiu que concedeu os créditos do parlamentar à agência, que pertence ao irmão dela. Ela disse que, em troca, receberia créditos em passagens da agência.

Sperafico consultou ontem os empregados do gabinete dele e descobriu que havia uma espécie de permuta com a funcionária de Gomes. "Eles disseram que emprestavam os meus créditos e que depois recebiam de volta. Sempre deixei isso nas mãos deles (funcionários) e até agora não vi qualquer má-fé nessa troca." O deputado paranaense afirmou desconhecer as três pessoas que viajaram com sua cota – que foram para a França.

Além das cotas de Gomes e Sperafico, bilhetes emitidos para Vadão Gomes (PP-SP) também foram usados no mesmo esquema. As cotas dos três foram usadas simultaneamente na emissão de passagens para Ianninni, Choas e Costite. A partir de créditos de Gomes também foram emitidos bilhetes para viagens da família Zoghbi, do ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi.

Já em nome do paranaense Affonso Camargo foram emitidos cinco bilhetes internacionais entre janeiro de 2007 e outubro de 2008. Dois para a filha viajar à Itália, outro para uma amiga ir a Miami e um terceiro para uma mulher que Camargo desconhece, cujo nome no bilhete aparece como Monique Ala. Ela viajou a Miami com uma passagem gerada a partir da cota do deputado.

"Nunca ouvi falar nesse nome. Mas aparecem outras viagens feitas por ela a partir da cota do deputado Fernando de Fabinho (DEM-BA). É muito estranho." O caso é similar ao de Sperafico e Camargo já pediu explicações à companhia aérea TAM sobre como o bilhete foi emitido, mas não obteve resposta até ontem.

Moacir Micheletto também negou que tenha autorizado a emissão de uma passagem em nome de Pedro Magalhães, que viajou a Paris em julho de 2007. Além desse bilhete internacional, o parlamentar usou apenas um outro, de ida e volta, para Frankfurt (Alemanha), em uma viagem como presidente da frente Brasil-Croácia da Câmara.

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