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Nas conversas de quarta-feira (25), aliados e correligionários de Cunha tentaram acalmá-lo com a avaliação de que são “completamente diferentes” a situação dele em relação a do petista preso. | Antonio Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas
Nas conversas de quarta-feira (25), aliados e correligionários de Cunha tentaram acalmá-lo com a avaliação de que são “completamente diferentes” a situação dele em relação a do petista preso.| Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil/Fotos Públicas

No início da manhã da quarta-feira (25), o toque do celular acordou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Do outro lado da linha, apresentou-se um oficial da Polícia Legislativa. Na conversa, ele informou ao peemedebista que a Polícia Federal havia chegado ao Congresso Nacional e tentava entrar na Câmara dos Deputados.

Na sequência, no entanto, tentou tranquilizá-lo: o episódio foi apenas um engano da Polícia Federal, que pretendia na verdade cumprir mandado de busca e apreensão no gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e na liderança do governo no Senado Federal. A explicação do policial legislativo não foi capaz, contudo, de amenizar o clima na presidência da Câmara dos Deputados, uma vez que Cunha também é investigado por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras.

A prisão do senador, detido preventivamente sob a suspeita de tentar dificultar as investigações contra ele no rastro da Operação Lava Jato, causou apreensão entre correligionários e aliados do peemedebista.

Desde a ligação do policial legislativo, Cunha passou o dia acompanhando os desdobramentos da prisão do senador e adotou como estratégia não comentar publicamente o episódio.

O esforço foi para evitar envolver a Câmara dos Deputados no escândalo político, o qual na avaliação de aliados e assessores, conseguiu tirar Cunha do foco após a decisão dos partidos de oposição defenderem seu afastamento do posto. Nos bastidores, no entanto, o peemedebista considerou a peça da Procuradoria-Geral da República “frágil” para justificar a prisão do petista.

Nas conversas de quarta-feira (25), aliados e correligionários de Cunha tentaram acalmá-lo com a avaliação de que são “completamente diferentes” a situação dele em relação a do petista preso.

Os partidos de oposição pretendem utilizar a prisão de Delcídio como argumento para a necessidade de afastamento de Cunha, sob a análise de que ele tem manobrado para atrapalhar o processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Para líderes oposicionistas e independentes, as articulações de Cunha impedem a produção de provas que poderiam ser usadas contra ele na esfera criminal.

O clima de apreensão não só contaminou a presidência, mas também o plenário da Câmara dos Deputados. Nesta quinta-feira (26), houve conversas entre deputados federais sobre a possibilidade de novas prisões de parlamentares no rastro da Operação Lava Jato.

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