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Daniel Dantas foi indiciado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta de instituição financeira, sonegação e formação de quadrilha | Antônio Cruz/ABr
Daniel Dantas foi indiciado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta de instituição financeira, sonegação e formação de quadrilha| Foto: Antônio Cruz/ABr

Brasília - O relatório final da Polícia Federal sobre a Operação Satiagraha indica a existência de uma organização criminosa envolvendo empresas do grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. Segundo o documento, o grupo fazia lavagem de dinheiro por meio de investimento na Agropecuária Santa Bárbara, uma empresa do grupo de Dantas.

De acordo com reportagem publicada ontem pelo jornal O Estado de S.Paulo, a Polícia Federal rastreia agora uma fortuna de R$ 700 milhões que o Opportunity investiu na atividade agropecuária. Segundo o relatório, um gráfico apreendido na sede do grupo indica que Dantas foi diretamente responsável pelo aporte de mais de 20% desse valor.

No relatório, o delegado Ricardo Saadi diz que a organização praticou diversos crimes, como gestão fraudulenta de instituição financeira, empréstimo vedado, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Além disso, afirma Saadi, o grupo Opportunity utilizou diversas empresas no Brasil e no exterior, principalmente do tipo offshore, constituídas em paraísos fiscais, muitas delas de fachada.

"Tais empresas foram utilizadas para a realização de diversas operações, celebração de contratos de mútuo e emissão de notas fiscais referentes a serviços não realizados, os quais tinham como objetivo ocultar a origem criminosa dos recursos", afirma o documento assinado por Saadi. O relatório indica que houve investimentos irregulares em outras atividades econômicas. "Após ocultados e misturados com recursos de origem legal, os recursos oriundos das atividades criminosas foram utilizados pela organização para realizar diversos investimentos, dentre os quais aqueles no agronegócio, na mineração e no ramo imobiliário.

O relatório, segundo a reportagem, afirma ainda que o líder da organização criminosa é Daniel Dantas, a quem cabia definir estratégias macros, bem como dar a palavra final. O banqueiro foi indiciado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta de instituição financeira, sonegação e formação de quadrilha.

Empresa nega as acusações

Em nota, a Agropecuária Santa Bárbara Xinguara e o advogado do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, negam as acusações. A defesa afirma que as investigações têm caráter político. O advogado de Dantas e do Opportunity, Andrei Zenkner Schmidt, afirma em nota que a atribuição de uma "organização criminosa por meio de uma complexa engenharia financeira" é falsa.

"A realização de contratos de mútuo entre empresas é uma praxe legal e comum no mercado. Empresas como Eletrobrás, Petrobras, Bradesco, Grupo Votorantim também realizam os mesmos negócios." Segundo ele, é estranho que somente em relação ao Opportunity sejam reputadas ilícitas.

Em nota, a Agropecuária Santa Bárbara afirma que não é verdadeira a informação presente no relatório de que a agropecuária seja utilizada para lavagem de dinheiro. Também é "inverídica a afirmação referente ao valor do investimento na atividade agropecuária".

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