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“O difícil era quebrar um tabu e eleger uma mulher. Quem acha que é pouca coisa não conhece a nossa história. Espero que você continue o bom trabalho do governo federal.”
Dilma Pinheiro, analista de sistemas | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
“O difícil era quebrar um tabu e eleger uma mulher. Quem acha que é pouca coisa não conhece a nossa história. Espero que você continue o bom trabalho do governo federal.” Dilma Pinheiro, analista de sistemas| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Com a confirmação da vitória de Dilma Rousseff – a primeira mulher eleita presidente do país – a Gazeta do Povo ouviu três eleitoras homônimas da nova chefe do Estado brasileiro que comandará o país nos próximos quatro anos. As três Dilmas curitibanas – uma professora, uma analista de sistemas e uma aposentada –, mostraram-se otimistas com a ascensão da xará ao poder e aproveitaram para dar um recado "de mulher para mulher" para a presidente: querem ética e transparência na administração da petista.

A professora do ensino fundamental, Dilma Pinheiro, conta que até há alguns anos, não havia conhecido que alguém tivesse o nome semelhante ao dela. "Um tanto ultrapassado", segunda ela mesma. Hoje, porém, em razão da sua xará poderosa, seu nome já virou motivo de brincadeira entre os alunos da rede municipal. "Eles me chamam de ‘presidenta’", se diverte. Ela conta que votou na xará e torce para que a presidente Dilma consiga dar continuidade aos projetos sociais do atual governo. "Vejo pelos meus alunos, alguns de famílias carentes, que de um modo geral a situação melhorou bastante", avalia. Mas a Dilma professora diz que ainda há muito o que fazer. "Gostaria que os governos municipais, estaduais e federal trabalhassem em conjunto, não importando as alianças e partidos, e que não houvesse tanta corrupção." Ela afirma que sempre votou em candidatos do PT e diz acreditar que a conquista da Dilma famosa é uma vitória para todas as mulheres do país. "Foi ótimo que ela ganhou, pois mostrou para as mulheres que elas também podem", afirma. "O difícil era quebrar um tabu e eleger uma mulher. Quem acha que é pouco não conhece a nossa história", ressalta.

Orgulho

Outra homônima, a analista de sistemas Dilma Xavier de Lima, explicou porque votou em Dilma Rousseff. "Ela é uma mulher preparada que já demonstrou competência na Casa Civil e no Ministério de Minas de Energia. Ela tem formação acadêmica e formação familiar e será uma grande administradora", diz acreditar. A eleitora que mora em um bairro de classe alta em Curitiba, observa que a maioria dos vizinhos não votou na presidente eleita porque a elite curitibana é individualista. "Aprecio as políticas sociais que garantem que o Brasil se desenvolva como um todo. O desequilíbrio social, com ricos muito ricos e pobres muito pobres, era a marca do país desde que eu me conheço por gente. Estamos conseguindo superar esta diferença e chegar a uma situação de equilíbrio", afirma.

Ela conta que herdou de uma tia o mesmo nome da política, que diz admirar pela coragem. "Ela teve muita [coragem], talvez mais do que o juízo. Com 17 anos arriscar o seu futuro de classe média por um ideal não é algo fácil. Tenho orgulho de ser xará dela", afirma, lembrando o passado de militante da luta contra a ditadura militar da homônima.

Segundo escalão

Já a aposentada Dilma de Cácia Stubert disse que espera que Dilma saiba aproveitar o fato de ser mulher e que reconheça a importância do cargo para liderar um projeto nacional, e até mundial, em defesa dos direitos da mulher e das crianças.

Ex-bancária, ela conta que se desiludiu com os escândalos de corrupção protagonizados pelo PT nos últimos anos, mas, mesmo com ressalvas, votou em Dilma. "Tomara que o tripé saúde, segurança e educação não seja só um slogan eleitoral." Ela, que se dedica a trabalhos voluntários, é uma das líderes de um movimento nacional pela democracia direta, que defende a instalação de comitês populares que decidiriam questão possíveis de bairros e cidades.

A Dilma ex-bancária defende que cargos legislativos sejam de voluntários, pois "há muita gente disposta a trabalhar pelo bem dos outros." E sugere à xará que a transformação no país inicie pela mudança da estrutura do segundo escalão da administração. "É ali que as coisas acontecem para o bem ou para o mal. No segundo escalão precisava ter gente concursada ou voluntária."

Ela faz questão de frisar que não entende a resistência que teriam os eleitores curitibanos a programas sociais como o Bolsa Familia. "O pessoal é muito preconceituoso aqui no Sul e em Curitiba. Netos de imigrantes que eram camponeses da Europa e que vieram para o Brasil para fugir da fome e que acham errado o Bolsa Família. Sempre pergunto a eles, vocês lá sabem o que é passar fome?"

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