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O ex-presidente Lula após prestar depoimento à Polícia Federal. | Márcio  Fernandes/Estadão  Conteúdo
O ex-presidente Lula após prestar depoimento à Polícia Federal.| Foto: Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer impedir produtores do filme “Polícia Federal - a lei é para todos”, sobre a Operação Lava Jato, de utilizarem imagens da condução coercitiva do petista. As imagens teriam sido gravadas pela Polícia Federal durante a operação, realizada em março de 2016. A gravação, de cerca de duas horas, que incluiria a chegada ao edifício onde mora o ex-presidente, teria sido usada pelos produtores do filme para reconstituir as cenas da condução coercitiva.

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Em petição ao juiz Sérgio Moro, na noite da última quinta-feira (23), os advogados de Lula pediram ao New Group Cine & TV LTDA, responsável pela obra, que se abstenha de utilizar gravação do depoimento de Lula. Segundo os defensores, um vídeo do ex-presidente sendo interrogado teria sido cedido pela Polícia Federal à produtora.

Os advogados lembram na petição que Moro determinou que o cumprimento do mandato não fosse filmado e, inclusive, que fosse evitada filmagem pela imprensa do deslocamento do ex-presidente para a colheita do depoimento. No relatório apresentado pela Polícia constou apenas que foi gravado o depoimento de Lula, das 8h às 10h35m.

Para a defesa de Lula, as imagens gravadas não podem ser fornecidas para subsidiar a produção de um filme, “objeto completamente estranho à investigação”

Advogados argumentam que a gravação no interior da residência de Lula fere os preceitos éticos

Os advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin solicitaram a Moro que seja decretado sigilo absoluto sobre o vídeo e que seja divulgada a relação de todos os policiais que tiveram acesso ao material.

Eles argumentam que a gravação, no interior da residência de Lula, fere os preceitos éticos, morais e institucionais do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo (Decreto nº 1.171/94), que veda “uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros”.

No processo, foram relacionadas notícias de jornais e revistas que dizem que o filme dará destaque para a cena da condução coercitiva de Lula e sugerem que a obra pretende macular a imagem do ex-presidente num momento que os institutos de pesquisa o apontam em primeiro lugar na disputa presidencial de 2018.

“Uma operação de proporções gigantescas e que envolve centenas de “personagens”, terá como cena principal a reconstituição da condução coercitiva do peticionário (Lula), sobre o qual não pesa condenação judicial em nenhuma instância, em claro juízo de seletividade que visa macular sua imagem perante a sociedade”, diz a defesa do ex-presidente.

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