• Carregando...
“Só faltam ouvir o Bill Clinton e o Barack Obama, que também são democratas, para consultar o que é melhor para o nosso estado. Não precisamos ninguém de fora para meter o bedelho aqui.” Nelson Justus (DEM), deputado e presidente da Assembleia | Albari Rosa/Gazeta do Povo
“Só faltam ouvir o Bill Clinton e o Barack Obama, que também são democratas, para consultar o que é melhor para o nosso estado. Não precisamos ninguém de fora para meter o bedelho aqui.” Nelson Justus (DEM), deputado e presidente da Assembleia| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Deputados do DEM acusam o presidente do partido no Paraná, Abelardo Lupion, de defender interesses pessoais ao recorrer à direção nacional do DEM para tentar romper a aliança com o PSDB e levar o partido a apoiar a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do estado. Durante reunião da cúpula nacional na última terça-feira, em Brasília, o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, e o líder do partido na Câmara Federal, ACM Neto, decidiram comunicar oficialmente o governador paulista, José Serra (PSDB), que o DEM do Paraná irá apoiar Osmar Dias. A notícia foi publicada ontem na Gazeta do Povo pelo colunista Celso Nascimento.

Abelardo Lupion confirmou a reunião e disse que o partido precisa cumprir o acordo feito com o prefeito Beto Richa (PSDB) em 2008, de que o candidato seria o senador e haveria manutenção da aliança em 2010.

Pré-candidato ao Senado, Lupion defende a aliança com Osmar Dias mesmo que essa união signifique dividir o palanque com o PT, adversário histórico do DEM. Como o PDT pode se juntar ao PT, os três partidos seriam aliados na campanha eleitoral.

A fórmula defendida por Lupion foi repudiada pelas lideranças do partido na Assembleia. Dos cinco deputados estaduais, apenas Élio Rusch não declarou abertamente apoio a Richa. Segundo a bancada, Lupion não teria espaço como candidato a senador numa chapa com o PSDB e, por este motivo, estaria tentando forçar o acordo com o PDT.

O presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), disse que a direção nacional não tem nada a ver com o Paraná e, mesmo que houvesse uma decisão de cima, seria derrubada em convenção porque a maioria absoluta tem preferência por Beto Richa. "Não pode o projeto pessoal do presidente do partido (Lupion) querer se sobrepor à vontade dos demais membros", declarou.

O líder do DEM, Plauto Miró Guimarães, afirmou que ninguém está autorizado a marcar posição em nome do partido. "O diretório nacional não vai intervir no Paraná e não pode querer dizer o que devemos fazer. A decisão vai sair daqui democraticamente", afirmou Plauto Miró.

O presidente do diretório municipal do DEM em Curitiba, deputado estadual Osmar Ber­­toldi, divulgou nota oficial deixando claro que não há a menor chance de o partido não apoiar o PSDB. Em Curitiba, por exemplo, ele calcula que dos 42 votos do diretório, 39 são a favor da candidatura de Beto Richa. "O partido não está rachado, está só trincado; uma trinca chamada Lupion", afirmou.

O deputado Durval Amaral (DEM) classificou a decisão da cúpula nacional como "uma jogada infeliz" para tentar retardar a decisão do PSDB de lançar candidato próprio para favorecer a candidatura de Osmar Dias. "O DEM não pode fazer esse jogo e não vai aceitar um prato feito de quem quer que seja", avisou.

Lupion não foi localizado no fim da tarde para comentar os ataques. Na Assembleia, nenhum petista se manifestou sobre a possibilidade de aliança com o DEM. As críticas ao dirigente vieram até dos tucanos. "Lupion é um franco atirador na defesa dos seus interesses pessoais e continua falando sozinho", disse o líder do PSDB, Ademar Traiano.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]