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| Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS

Aliados e opositores do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acreditam que a denúncia de que ele cobrou US$ 5 milhões de propina acelera um processo de enfraquecimento do peemedebista na Casa --iniciado com pauta conservadora que impõe e pela postura considerada “ditatorial” na condução dos trabalhos.

A denúncia foi feita na quinta-feira (16), pelo lobista Julio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, em depoimento à Justiça Federal.

Segundo a denúncia, Cunha exigiu US$ 5 milhões de propina em dois contratos da Petrobras para a compra de navios-sonda. Segundo o delator, a cobrança foi feita pessoalmente por Cunha em encontro em 2011, no Rio. As denúncias também foram feitas em delação à Procuradoria-Geral da República, comandada por Rodrigo Janot.

Para os parlamentares, se Cunha começou o dia afirmando que a Lava Jato não lhe tirava o sono, terminou com o lobista Julio Camargo lhe garantindo insônia. Após o fato, o presidente da Câmara se encontrou com o vice-presidente da República, Michel Temer, comandante do PMDB, na Base Aérea. Em razão da crise, eles avaliaram o quadro e Cunha decidiu permanecer durante esta sexta-feira em Brasília.

Ele também decidiu não alterar o pronunciamento que fará hoje à noite, quando irá apresentar um balanço de sua gestão. “O espaço é institucional. Não posso usar para fins pessoais”, afirmou ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

Aliados fiéis de Cunha já admitem a possibilidade de se distanciar dele e dizem que, com o desenrolar do processo, os partidos logo começarão a pensar em opções para suceder-lhe, caso sua permanência no cargo fique insustentável. No entanto, ainda não há um nome forte na Casa que se sustente sem o suporte do presidente investigado.

“De certa forma, a notícia fragiliza, mas veio num momento de recesso e, por isso, não dá para se medir, por exemplo, o impacto dentro do plenário. É importante aguardar com cautela para ver o que vem por aí”, disse o líder do aliado PSDB, Nilson Leitão (MT).

No PT, a torcida é para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, peça e o STF determine o afastamento de Cunha da presidência da Câmara, para que ele não use o cargo como arma. A expectativa também entre os governistas é que novas delações possam desgastar o parlamentar durante as duas semanas sem atividades no Congresso.

Petistas sabem que a presidente Dilma Rousseff será o principal alvo do peemedebista após o recesso e acreditam que ele voltará disposto a abrir um processo de impeachment contra ela. Se no início do ano ele se posicionava terminantemente contra o impedimento, agora já admite publicamente a possibilidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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