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Nove dias depois de a presidente Dilma Rousseff lançar o "vale-bode" para os agricultores nordestinos afetados pela seca, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, anunciou nesta sexta-feira (22), em Caruaru, no agreste, o "vale-cana". Provável candidato à Presidência da República, o governador tem como principal apelo a sua gestão no Estado e tem afirmado que o governo federal, do qual é aliado, pode fazer mais.

O vale-bode da presidente Dilma consiste em um programa de retomada do rebanho dizimado pela pior seca dos últimos 40 anos no semiárido. Ela prometeu, em Alagoas, no dia 13 deste mês, que o governo federal vai recompor o rebanho depois da estiagem, com os agricultores recebendo "a cabrinha" e o "boizinho" perdidos para a seca.

O "vale-cana" de Eduardo, apresentado como ação pioneira da Operação Seca, pretende reduzir a distância percorrida pelos agricultores da região agreste para comprar ração para alimentar o que resta do rebanho. Atualmente os produtores se deslocam até à zona da mata sul para adquirir cana-de-açúcar para os animais.

Questão complexa

A ração de cana-de-açúcar e milho, vinda da Conab, passará a ser distribuída por polos nas cidades de Caruaru, Surubim, Arcoverde Itaíba, Garanhuns e São Bento do Una. Ao todo serão distribuídas diariamente 600 toneladas de cana para 63 municípios.

"Com essa integração, vamos minimizar o preço do transporte", disse o governador em visita à unidade de Caruaru, que fica na estação Experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). O governo do Estado também vai disponibilizar 15 caminhões para que os laticínios e queijarias no agreste façam o transporte diário de cana, a fim de atender os pequenos criadores rurais, que são fornecedores desses estabelecimentos. A estimativa é de que o parque industrial de laticínios esteja com ociosidade de 60%.

Aguardando a visita da presidente, nesta segunda-feira (25), a Serra Talhada, no sertão, o governador evitou críticas. Avaliou como positivas as ações realizadas pelo Governo Federal, no seu discurso. "Não é simples para o Governo Federal coordenar todo esse contexto e enxergar a realidade da seca", comentou, enfatizando que há uma série de obras em curso que, se estivessem prontas, fariam grande diferença. "Temos que compreender a complexidade dessa questão e entender que a responsabilidade é de todos", frisou.

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