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Estudantes protestam contra a proibição de colar cartazes no plenário da Câmara | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Estudantes protestam contra a proibição de colar cartazes no plenário da Câmara| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O bate-boca entre o presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), e estudantes do Movimento Passe Livre tumultuou a sessão de ontem da Casa, que recebeu o presidente da Urbs, Marcos Isfer, para prestar esclarecimentos sobre a gestão do transporte público na capital. A confusão interrompeu a fala de Isfer, que apresentava as planilhas de custos do serviço de transporte, e fez a sessão parar por cerca de 15 minutos.

O desentendimento entre Derosso e os estudantes começou depois que o vereador subiu ao mezanino do Plenário para repreender os manifestantes que pregaram cartazes – pedindo o passe livre e com símbolos de entidades estudantis – com fita adesiva no parapeito. O presidente já havia pedido que o material não fosse colado porque danificaria a pintura do local, mas os estudantes não teriam obedecido à ordem. Derosso, acompanhado por seguranças, foi até o local pedir a retirada dos cartazes, o que desencadeou a confusão. Houve muito bate-boca e empurra-empurra, mas ninguém ficou ferido.

Os estudantes questionaram o fato de o vereador ter proibido colar os cartazes com fita adesiva ao mesmo tempo que avisos da própria Câmara estavam colados no parapeito. "Só o fato de colocarmos uma faixa aqui já incomoda. Nós não podemos opinar, não temos o direito de nos manifestar", argumentou o presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), Rafael Clabonde. "Não somos contrários à manifestação, mas ela deve ser feita de forma pacifica, com o mesmo respeito que são tratados todos aqueles que vêm a esta Casa", disse Derosso.

A discussão foi acalmada por alguns assessores da Câmara e vereadores. Passada a confusão, os estudantes fizeram novos cartazes com dizeres questionando a abertura da Câmara Municipal às manifestações da população. O material, no entanto, não chegou a ser colado nas paredes.

Como apenas os vereadores puderam fazer perguntas a Marcos Isfer – cada parlamentar teria direito a dois minutos para apresentar o seu questionamento – durante a sessão de ontem, os estudantes querem que seja realizada uma audiência pública com o presidente da Urbs para esclarecer os pontos considerados duvidosos da administração da empresa e também para tratar do passe livre. "Lutamos para que todos os estudantes tenham direito de ir e vir para escola", defendeu Clabonde.

Questionado pelos vereadores sobre a possibilidade da implantação do passe livre em Curitiba, Isfer respondeu que está aberto à discussão, mas sinalizou que há dificuldade para o sistema ser implantado na capital. "Não temos nada contra o passe livre, mas alguém precisa dizer quem irá pagar a conta do almoço", afirmou.

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