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A tendência de queda na popularidade de Fruet vem desde 2013 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
A tendência de queda na popularidade de Fruet vem desde 2013| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A desaprovação do eleitor curitibano em relação à classe política do país não poupou o prefeito Gustavo Fruet (PDT). Segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas encomendado pela Gazeta do Povo, entre dezembro de 2014 e março deste ano, a desaprovação a Fruet subiu 15 pontos porcentuais: de 50% para 65%. Além disso, apenas 6% acham que sua gestão está sendo melhor do que o esperado no momento da eleição – enquanto 58% estão decepcionados com a prefeitura.

82% dos paranaenses desaprovam a gestão Dilma

Crise econômica e gestão “modesta” explicam números

O mau momento econômico que vive o Brasil, aliado à crise de credibilidade da classe política, pode ter ajudado a derrubar a popularidade do prefeito Gustavo Fruet (PDT) ao longo de seu mandato. Entretanto, a “modéstia” da gestão, carente de grandes obras e pouco inovadora em relação às anteriores, também é percebida e tira pontos do prefeito junto à população. Os números são ruins; ainda assim, para os cientistas políticos consultados pela reportagem, é muito cedo para qualquer previsão de cenário eleitoral.

Para o cientista político Luiz Domingos Costa, do grupo Uninter, o quadro geral da política e, principalmente, da economia ajudam a entender os números. Por um lado, há o efeito direto: com a economia em baixa, a arrecadação fica prejudicada e imobiliza a gestão. Por outro, o eleitor, em tempos de crise, tende a avaliar mal todas as esferas de poder. Nesse ponto, Costa diz acreditar que os 65% de desaprovação “nem são tão ruins”, se comparados à avaliação de Beto Richa (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).

Entretanto, Costa avalia também que há, por parte da população, uma percepção de que a gestão de Fruet pouco tem avançado em relação às anteriores. As intervenções mais visíveis do prefeito na cidade são projetos como a Via Calma e a faixa exclusiva de ônibus. Nos dois casos, Fruet fez, até agora, apenas mudanças pontuais e, ainda por cima, que contrariam os anseios imediatos da população – ainda que sejam positivas no longo prazo.

O cientista político da UFPR Emerson Cervi também avalia que Fruet “não tem conseguido fazer uma gestão que ande”. Um dos exemplos seria o transporte coletivo: em dois anos, ele teve de lidar com quatro ameaças de greve e não conseguiu uma solução para a questão dos motoristas.

Ainda assim, Cervi pontua que não é possível cravar que Fruet terá dificuldades para se reeleger. Primeiro, porque, em dois anos, há a possibilidade de uma reversão no mau momento econômico e, mais importante, na própria gestão. E, segundo, porque, ainda que esteja mal avaliado, o desempenho eleitoral depende também dos adversários – até o momento desconhecidos. (CM)

A tendência de queda na popularidade de Fruet vem desde 2013. Em abril daquele ano, o prefeito era aprovado por 65% dos curitibanos. A partir dos protestos de junho de 2013, a avaliação foi caindo progressivamente, e, em dezembro do ano passado, ficou pela primeira vez abaixo dos 50%. Três meses depois, apenas 30% dos eleitores dizem aprovar a gestão.

Confira também como está a popularidade do governador Beto Richa no estado

A queda na avaliação de Fruet segue a má avaliação de outros governantes. Na semana passada, a Gazeta publicou reportagem sobre a avaliação de Beto Richa (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) pelos paranaenses – o governador é desaprovado por 76% do eleitorado, e a presidente, por 82%.

Contexto

Os meses de janeiro e fevereiro foram de bastante turbulência no plano nacional e federal – o que explica em parte a queda de Dilma e Richa.

No plano municipal, não foi diferente. Em janeiro, houve greve do transporte coletivo, devido à falta de pagamentos de benefícios a motoristas e cobradores. Após longa discussão sobre a responsabilidade pelo sistema integrado entre governo estadual e prefeitura, o município decidiu acabar com a tarifa integrada na região metropolitana.

Além disso, houve greve de servidores da saúde – a paralisação durou dois dias, e atingiu 72 de 109 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Assim como os motoristas, os servidores cobravam o pagamento de benefícios – neste caso, horas-extras que não haviam sido pagas em 2014.

As duas áreas puxam a avaliação de Fruet para baixo. 64% dos entrevistados consideram a gestão do prefeito na área do transporte coletivo ruim ou péssimo – e 61% acham o mesmo da saúde. Na educação e na área social, a avaliação da população é um pouco melhor.

O levantamento sobre a avaliação de Fruet foi realizado em Curitiba entre os dias 3 e 7 de março. Foram entrevistadas 819 pessoas maiores de 16 anos. A margem de erro é de 3,5% e o grau estimado de confiança, de 95%.

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