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Após uma reunião da coordenação política, no Palácio do Planalto, ela convidou um peemedebista, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), para assumir o posto. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Após uma reunião da coordenação política, no Palácio do Planalto, ela convidou um peemedebista, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), para assumir o posto.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após sofrer uma série de derrotas no Congresso e uma enxurrada de críticas de partidos aliados, a presidente Dilma Rousseff decidiu mudar a articulação política do governo e tirar o ministro Pepe Vargas da Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Nesta segunda-feira, após uma reunião da coordenação política, no Palácio do Planalto, ela convidou um peemedebista, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), para assumir o posto. A conversa ocorreu na presença do vice-presidente Michel Temer, que também é presidente nacional do PMDB.

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Em menos de três meses no cargo, Pepe acumula críticas de deputados e senadores. O desgaste piorou na eleição de Eduardo Cunha a presidente da Câmara quando, numa jogada ensaiada com o Mercadante, atuou intensamente a favor da eleição de Arlindo Chinaglia (PT-SP). Depois, o ministro de Relações Institucionais passou a ser bombardeado e ignorado pelos parlamentares nas negociações de projetos de interesse do Planalto.

Henrique Alves: cotado para aviação

Como boa parte do descontentamento vem dos peemedebistas, a nomeação de Padilha amenizaria as resistências ao núcleo político do Planalto. Padilha já auxiliou na articulação política no governo Fernando Henrique, como deputado e como ministro dos Transportes. Apesar da conversa entre Dilma, Padilha e Temer, o martelo não foi batido.

Padilha disse a pessoas próximas que prefere se manter na Aviação Civil, onde tem mais possibilidade de apresentar bons resultados com as novas concessões dos aeroportos e com a ampliação da aviação regional. No entanto, os peemedebistas reconhecem que não é simples recusar um convite presidencial. Especialmente porque com a eventual ida de Padilha para as Relações Institucionais, o partido poderia ganhar mais um ministério, para contemplar o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que aguarda nomeação desde janeiro.

A dúvida na equação que Dilma tenta montar é se Vinicius Lages, aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), permaneceria no Turismo ou iria para o lugar de Padilha na Aviação Civil. Quanto a Henrique Alves, poderia ir para o Turismo ou Aviação Civil. Com a eventual troca, o PMDB passaria a ter oito ministros.

Na semana passada, a revista Época publicou reportagem em que afirma que Padilha fez lobby na Eletrobras para favorecer empreendimento de energia em terras de sua propriedade no Rio Grande do Sul. O ministro nega e diz que vai processar a publicação.

No PT, havia resistência à ideia de entregar a SRI a um não petista. Esse pensamento mudou à medida em que o governo passou a ficar refém de Renan e de Cunha. Há algumas semanas e por influência do ex-presidente Lula, Dilma começou a ouvir sugestões de entregar a pasta para um peemedebista que tenha boas relações com os presidentes da Câmara e do Senado. Mas correligionários de Padilha consideram a missão espinhosa.

— Para fazer uma boa articulação, é preciso de tinta na caneta. A SRI não tem nada a oferecer. No governo Lula, ministro de outro partido nesta função funcionava bem porque Lula dava autonomia e liberdade. Com Dilma não é assim — disse um peemedebista.

Na noite desta segunda-feira, Cunha negou que o PMDB tenha interesse na indicação de Padilha e que seja necessária sua indicação para melhorar a relação:

— Isso é escolha dela. A articulação política pode ser bem feita com qualquer partido, não necessariamente o PMDB. Não estamos pleiteando a colocação de nenhum ministro. Se ela colocou da parte dela, parabéns, mas da nossa parte não há qualquer indicação.

Convivendo com o fogo amigo do Congresso para conseguir aprovar o ajuste fiscal, Dilma terá hoje uma reunião com os líderes dos partidos aliados na Câmara e no Senado para fazer um apelo pela defesa das medidas. Deputados e senadores esperam que nessa conversa Dilma dê uma sinalização clara do que aceita que seja flexibilizado nas medidas provisórias que restringem a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas.

— A presidente não deu nenhuma sinalização do que a gente pode mexer, porque do jeito que as medidas provisórias chegaram, não serão aprovadas e o governo sabe disso — afirmou um senador petista.

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