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Richa entre Dilma e Gleisi: críticas às posições do governo federal em relação ao Paraná foram fortes ao longo do ano | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Richa entre Dilma e Gleisi: críticas às posições do governo federal em relação ao Paraná foram fortes ao longo do ano| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Bastidores

Saiba como foi a passagem de Dilma Rousseff por Curitiba.

Lado a lado

Prováveis adversários na campanha de 2014, Beto Richa e Gleisi Hoffmann sentaram lado a lado durante a cerimônia. Trocaram apenas cumprimentos protocolares e não conversaram. Já com a presidente Dilma, sentada à sua direita, Richa chegou a trocar algumas palavras durante os discursos do prefeito Gustavo Fruet e do ministro Aguinaldo Ribeiro.

Protestos

Cerca de vinte manifestantes marcaram presença durante o anúncio dos investimentos no metrô. Do lado de fora, eles pediam a redução na tarifa de ônibus e mais qualidade no transporte público de Curitiba. Não era possível ouvi-los do lado de dentro do Espaço Torres, onde ocorria o evento.

Sem papo

Os repórteres presentes na cerimônia tomaram um "olé" da presidente. Sua assessoria assegurou que haveria uma coletiva logo após aos discursos, e ficou de chamar a imprensa para o local. Assim que o discurso acabou, Dilma saiu pela porta dos fundos junto com a sua assessoria e foi direto para o aeroporto. Gleisi e Richa também deixaram os repórteres a ver navios. Os holofotes acabaram sobrando para o prefeito Gustavo Fruet (foto).

Vaias e aplausos

A visita de Dilma foi prestigiada por autoridades do governo federal, estadual e da prefeitura, das mais variadas colorações partidárias. Entre os populares, entretanto, destacavam-se os petistas. Quando as autoridades foram chamadas ao palco, a vice-prefeita Mirian Gonçalves e a ministra Gleisi foram fortemente aplaudidas. Já o vice-governador Flávio Arns, ex-petista, recebeu algumas vaias discretas.

Natal chegando

Dilma não saiu de mãos abanando de Curitiba. A presidente recebeu três presentes do prefeito Gustavo Fruet: uma maquete representando um ônibus biarticulado (erroneamente identificado como Ligeirinho), um quadro de Poty Lazzarotto e outro de Rogério Dias.

Em clima de trégua, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), dividiram ontem o palco em Curitiba para o anúncio de investimentos federais em mobilidade na capital. Na ocasião, petistas e tucanos evitaram rusgas e defenderam a colaboração nas obras do metrô e em outros projetos do poder público no Paraná. A visita de Dilma ocorreu no dia seguinte ao anúncio de uma possível liberação ao estado de empréstimos que precisavam do aval da União.

Ao longo deste ano, as críticas do governo estadual às posições do governo federal em relação ao Paraná foram fortes. Em diversas ocasiões, Richa e seus secretários, especialmente o ex-secretário da Fazenda Luiz Carlos Hauly (PSDB), criticaram o governo federal por supostamente prejudicar o Paraná, tanto na liberação dos empréstimos quanto nos investimentos realizados pela União. Até mesmo o senador e pré-candidato à presidência Aécio Neves (PSDB) disse, em Curitiba, que o Paraná sofria "discriminação política" de Brasília.

Por outro lado, o governo federal alegava que o PSDB politizava questões que seriam meramente técnicas. Os empréstimos, por exemplo, não estavam sendo liberados porque o governo não respondia aos critérios legais exigidos, na avaliação do governo federal.

Ontem, o clima entre Dilma e Richa durante a cerimônia foi mais ameno. Em seu discurso, Richa exaltou outras parcerias com o governo federal, citando obras na área de habitação e anunciando ações conjuntas para a construção e reformas de presídios.

Ele destacou, também, a participação das três esferas de poder na construção do metrô. "Estamos dando um grande exemplo de boas relações, cidadania e relações republicanas. É o que a nossa população espera de cada um de nós, que jamais deixemos divergências políticas se sobreporem ao interesse público", disse.

Mesmo assim, o governador aproveitou a oportunidade para alfinetar adversários – sem citar nomes. "Lamentavelmente, nem todos têm essa mesma visão. Há aqueles que são adeptos do quanto pior melhor e participam de ataques sórdidos e rasteiros. Não é isso que o povo espera da gente", disse.

Ao final do discurso, porém, o tucano fez referência a uma propaganda do PT Paraná que está proibida pela Justiça, por fazer "promoção pessoal da presidente Dilma, notória pré-candidata à reeleição", conforme a decisão. A propaganda também alfinetava a gestão de Richa, dizendo que ela "não cumpria suas metas" e "ainda não dissera a que veio".

União

Ontem, Dilma destacou a "união de esforços" entre as diferentes esferas de poder, ainda que ocupadas por adversários políticos. "Melhorar o transporte urbano é algo que é de interesse de toda a população. E essa só pode ser uma ação em que os esforços sejam unificados, em prol do povo que nos elegeu, sem considerar questões partidárias", disse a presidente.

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, ­­pré-candidata ao governo do Paraná em 2014, também esteve presente no evento e ficou sentada ao lado de Richa – ela não discursou. Já o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), agradeceu a presidente e o governador, além da equipe municipal e representantes da gestão estadual que participaram do processo de liberação de recursos.

Outros temas

Aproveitando a passagem por Curitiba, Dilma também se pronunciou sobre outras questões de interesse do governo. A presidente defendeu o programa Mais Médicos, classificado por ela como uma "política consistente" na área de saúde. Ela também falou sobre o leilão do Campo de Libra, dizendo que a renda gerada pelo petróleo será um "passaporte para o futuro" ao ser investida em educação.

Participaram ainda os ministros Aguinaldo Ribeiro, das Cidades; Edson Lobão, de Minas e Energia; Wellington Moreira Franco, da Aviação Civil; Luiz Alberto Figueiredo Machado, das Relações Exteriores.

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