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A Procuradoria Geral da República aponta que Delcídio atuava para evitar a delação premiada do ex-diretor, mediante oferecimento de mesada de R$ 50 mil. | Sérgio Lima/Folhapress
A Procuradoria Geral da República aponta que Delcídio atuava para evitar a delação premiada do ex-diretor, mediante oferecimento de mesada de R$ 50 mil.| Foto: Sérgio Lima/Folhapress

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) perguntou ao filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo, e ao seu advogado, Edson Ribeiro, se o dinheiro do ex-diretor apreendido em uma conta da Suíça seria “da Alstom”.

O diálogo consta em reunião gravada por Bernardo Cerveró no último dia 4. A gravação provocou nesta quarta-feira (25) as prisões de Delcídio, do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, do banqueiro André Esteves e uma ordem de prisão para o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, que está no exterior. A Procuradoria Geral da República aponta que Delcídio atuava para evitar a delação premiada do ex-diretor, mediante oferecimento de mesada de R$ 50 mil.

Edson Ribeiro explica que os procuradores pressionaram Cerveró a falar do assunto, dizendo saberem que ele fez um acordo com o Ministério Público da Suíça sobre esse dinheiro, pagando para não ser processado.

“Todo dinheiro que tava lá na Suíça ficou pra Procuradoria da Suíça. Então ele foi processado e o assunto morreu aí”, disse Edson. E Delcídio comentou: “E esse dinheiro era o dinheiro da Alstom? Ah foi por isso que ele fez o acordo? Entendi. Ele nunca me falou isso”.

O senador já havia sido acusado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, em sua delação premiada, de ter recebido propina da Alstom, mas a investigação foi arquivada pela Procuradoria Geral da República sob argumento da fragilidade das provas.

Delcídio conta que teve acesso, por meio do banqueiro André Esteves, a anotações manuscritas sobre a minuta da delação de Cerveró e que em uma delas estava escrito “Alstom”. O senador disse que isso lhe chamou atenção e sugere ter se assustado com essa informação.

O advogado chegou a dizer que os procuradores lembraram esse caso da Suíça “jogando o verde” e que não poderiam usar um documento obtido lá, porque teria sido obtido “oficiosamente”.

A defesa de Delcídio disse, em nota na quarta (25), que sua prisão desrespeita a Constituição e questionou a credibilidade do delator.

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