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Os dirigentes dos principais fundos de pensão do país deram contribuição decisiva para a Operação Satiagraha no cerco ao banqueiro Daniel Dantas, segundo aponta o relatório final da Polícia Federal (PF) que deu suporte à denúncia da Procuradoria da República contra o sócio fundador do Grupo Opportunity. Na condição de testemunhas, os presidentes da Previ, Petrus e Funcef depuseram sob sigilo e apontaram desvios no Opportunity durante a privatização das teles.

Com base nos dados, transcritos entre as páginas 39 e 44 do relatório, a PF concluiu que "a fim de viabilizar os negócios foram criados três fundos de investimentos, os quais - apesar de terem como principais cotistas o Citibank, os fundos de pensão e empresários - eram geridos pelo Opportunity". Segundo o relatório, "a gestão e administração dos fundos de investimentos foram feitas por empresas do Grupo Opportunity".

"Pouco mais de um ano do início do processo de privatização, a partir de 2003, os fundos de pensão diagnosticaram irregularidades do Opportunity na gestão dos fundos de investimentos e na gestão das empresas adquiridas", disse Guilherme Narciso de Lacerda, da Funcef, terceiro maior fundo do Brasil, com patrimônio ativo superior a R$ 32 bilhões e 90 mil participantes. Ele confirmou os termos da auditoria realizada na Brasil Telecom pela empresa ICTS, "a qual constatou utilização dos recursos fora do objeto da empresa e em benefício do próprio Opportunity".

O Opportunity, por meio de sua assessoria de imprensa, rebateu as acusações. "Os depoimentos atribuídos aos representantes dos fundos de pensão não traduzem a verdade, tanto que propuseram ação civil sobre essas questões e, depois, voltaram atrás, retiraram a ação. Se houvesse, realmente, as alegadas irregularidades e os fundos abriram mão do direito de denunciá-las, cometeram, eles sim, gestão temerária."

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