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Lula e Dilma se reuniram pelo menos duas vezes na última semana. | Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Lula e Dilma se reuniram pelo menos duas vezes na última semana.| Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no centro das atenções ao longo das últimas semanas. No dia 4, ele foi alvo de um mandado de condução coercitiva, parte da Operação Lava Jato. Na semana seguinte, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apresentou denúncia e pediu sua prisão preventiva – a Justiça paulista ainda não se manifestou sobre o assunto.

Por mais desgastante que tenha sido para sua imagem, porém, o episódio serviu para reaproximar Lula, o partido e o governo.

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Ao longo do seu segundo mandato, a relação entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e seu partido foi bastante conturbada. As políticas de austeridade propostas pelo governo desagradaram profundamente a militância petista e movimentos sociais ligados ao partido – e essa pressão motivou a demissão do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, em dezembro.

Além disso, a atuação do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), era muito questionada por Lula. No entendimento dele, e de boa parte do partido, o ex-ministro tinha “perdido o controle” sobre a Polícia Federal (PF). Na visão do partido, isso teria permitido a “perseguição” ao ex-presidente. Cardozo e Lula já não se entendiam fazia algum tempo.

O ápice desse desgaste ocorreu na Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato, que prendeu o publicitário João Santana. Dilma sequer compareceu às comemorações de aniversário do PT, ocorridas na mesma semana. Dias depois, Cardozo foi “despromovido” para a chefia da Advocacia Geral da União (AGU).

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A condução coercitiva de Lula e, posteriormente, o pedido de prisão por parte do MP-SP, serviram para apaziguar, ao menos momentaneamente, as divergências do PT com o Dilma e de petistas descontentes com o partido.

Militantes de todas as correntes, até mesmo das mais contrárias ao ajuste de Dilma saíram não só em defesa de Lula e do PT, mas também do governo.

Essa aproximação, por um lado, tira Dilma de um isolamento politicamente perigoso. A presidente está em uma posição delicada, alvo de processo de impeachment, com uma relação tensa com a base aliada no Congresso e um índice baixo de popularidade – 11%, segundo pesquisa do Datafolha de 29 de fevereiro. Lula, por outro lado, chegou a ser especulado como ministro-chefe da Casa Civil – o que retiraria da primeira instância as investigações contra ele.

O cientista político Luiz Domingos Costa, do grupo Uninter, diz que essa união é positiva para a presidente. “A base social do partido parece disposta a defender o governo mais aguerridamente”, afirma.

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