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Integrantes da CPI das Escutas Telefônicas intensificaram ontem a análise dos novos documentos a que a comissão teve acesso sobre a Operação Satiagraha – conduzida pelo delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz e que levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, do ex-prefeito Celso Pitta e o investidor Naji Nahas, entre outros. Para integrantes da comissão que estão analisando o material, o documento é "nitroglicerina total" e revelaria que Protógenes e o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, mentiram à CPI quando depuseram no ano passado.

Os novos documentos, que chegaram à CPI na semana passada, estão divididos em 11 volumes, com cerca de 200 páginas cada, além de CDs, fitas de vídeo e áudio. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) ontem informou que, do pouco que observou é suficiente para dizer que Lacerda e Protógenes mentiram.

"Tem muita mentira. Todos eles mentiram quando vieram aqui na CPI. É um mentira generalizada. A gente fica espantado de ver quanta informação. Não havia um foco. Mas material suficiente para gerar muita confusão. É nitroglicerina total", disse Jungmann, que colocou seis funcionários exclusivamente para se dedicarem ao relatório.

O que se sabe até agora é que, ao contrário do que Lacerda havia dito, a Abin não cedeu alguns poucos agentes para participar da Satiagraha, mas cerca de 80 arapongas, que trabalharam sobre a orientação de Protógenes.

Nesta semana, reportagem da revista Veja informou que Protógenes teria investigado clandestinamente os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos), o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o governador paulista José Serra, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, além do empresário Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Protógenes rebateu a reportagem e disse que as informações são "mentirosas". Anteontem, ele contra-atacou e prometeu dar "nome aos bois" em seu depoimento à CPI dos Grampos e expor os "meandros da corrupção no Brasil", marcado para 1º de abril. Diferentemente de quando depôs na mesma CPI, em agosto do ano passado, ocasião em que se recusou a responder diversas perguntas alegando que o processo corria sob segredo de Justiça, o delegado disse que desta vez pretende esclarecer todos os questionamentos. "Pretendo, ao ser confrontado com documentos ou dados, confirmar a conduta de cada participante que tiver negócios obscuros com o banqueiro bandido Daniel Dantas", disse Protógenes.

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