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O Conselho de Ética da Câmara marcou para o dia 2 de julho o depoimento dos donos do laboratório Labogen, envolvido nas denúncias contra o deputado André Vargas (sem partido-PR). Leonardo Meireles e Esdras Ferreira foram indicados como testemunhas pelo relator do caso, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que pretende questioná-los sobre a intermediação que teria sido feita pelo parlamentar com o Ministério da Saúde para garantir contratos.

De acordo com investigações da Polícia Federal, a Labogen foi usada para lavar milhões de reais oriundos dos negócios do doleiro Alberto Youssef. Vargas teria auxiliado o doleiro a conseguir um contrato no ministério para o laboratório no valor de R$ 31 milhões. Em uma das mensagens interceptadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, Vargas e o doleiro aparecem conversando sobre a Labogen.

Meirelles foi preso pela Operação Lava Jato em março, mas decidiu colaborar com a PF e foi solto. Em dezembro de 2013, o laboratório conseguiu fechar uma parceria com o ministério da Saúde. Na época, a pasta era comandada por Alexandre Padilha, hoje candidato ao governo de São Paulo pelo PT.

A parceria foi cancelada pela pasta depois que a Folha de S.Paulo revelou que o doleiro era o dono oculto da Labogen e que obtivera o acordo e um sócio de grande porte, o laboratório EMS, por meio da influência de Vargas.

O conselho também deverá ouvir o doleiro no dia 1º de julho. Como ele está preso, a oitiva acontecerá por videoconferência transmitida em reunião aberta do colegiado. O doleiro está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR) desde o dia 17 de março.

Além da relação do doleiro com Vargas no caso da Labogen, Youssef também emprestou um jatinho para que o deputado viajasse com a família para uma praia no Nordeste em janeiro. Os três - Youssef, Meireles e Ferreira - integram o grupo de oito testemunhas indicadas por Júlio Delgado para depor no processo contra Vargas.

Também compõe a lista o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, que teria intermediado as negociações com o laboratório Labogen, e Bernardo Tosto, o dono da Elite Aviation, empresa dona do jatinho usado por Vargas. Foram convidados ainda o presidente do PT, Rui Falcão, e os deputados federais Vicentinho (SP), líder do PT na Câmara, e Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Um dos principais defensores de Vargas dentre os parlamentares, Vaccarezza aceitou prestar depoimento também no dia 1º de julho. Os demais petistas alegaram que o convite feito a eles tem caráter político-eleitoreiro e, por isso, não iriam prestar depoimento. Tosto afirmou que responderá às perguntas dos deputados por escrito. Os questionamento serão enviados pelo conselho a ele na sexta-feira (27). Ele se comprometeu a responder o mais rapidamente possível, mas, segundo a secretaria do conselho, não há prazo para que ele se manifeste.

O conselho se reunirá nesta quarta-feira (25) para ouvir as testemunhas que ainda não marcaram uma data para a oitiva. Esta é a segunda vez que o colegiado tentará obter os depoimentos. Uma reunião com essa finalidade já foi realizada na semana passada mas ninguém compareceu. Caso ninguém compareça nesta quarta, o relator do caso poderá dispensar as testemunhas e dar início às falas das pessoas indicadas por Vargas para ajudar sua defesa.

Júlio Delgado tem até o dia 24 de julho para concluir seu relatório. No entanto, ele pretende encerrar o processo e votar o relatório no conselho até o dia 17 de julho, último dia de trabalho dos deputados antes do recesso parlamentar.

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