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Cientista político ouvido pela Gazeta do Povo afirma que o episódio que teve início no último fim de semana, quando a Assembleia Legislativa foi cercada, e terminou na tarde desta quarta-feira (29) com o conflito que resultou em pelo menos 150 feridos, é a “pior repressão” da história recente do estado.

Professores e outros servidores do estado que protestavam contra a votação de um projeto que muda regras da Previdência na Assembleia foram dispersados pela polícia com tiros de bala de borracha e bombas de gás lacrimogênio e efeito moral. Ao mesmo tempo, a sessão continuou ocorrendo normalmente dentro do parlamento.

“Eu acho que esse evento superou muito o que aconteceu em 1988. É a pior repressão já vivida até hoje no Paraná pela sua simbologia, já que foi ataque contra professores”, diz o cientista político da Uninter Luís Domingos Costa.

A referência é à 30 de agosto de 1988, quando professores em greve foram recebidos pela cavalaria da polícia militar, avançando com cães e bombas de efeito moral. Na época, o governador era o hoje senador Alvaro Dias (PSDB). A data atualmente é comemorada como símbolo de luta dos docentes.

A diferença, porém, é que em 1988 foram registrados apenas 10 feridos e cinco pessoas presas. Já em 2015, havia pelo menos 150 feridos e 10 presos segundo a contagem do fim da tarde desta quarta-feira.

Costa lembra ainda que, em 1988, o país havia acabado de sair de uma ditadura milita, o que tornava a repressão mais “factível”.

“Não é só um erro político, que pode levar ao governador perder a sua maioria no parlamento, é um erro institucional, é uma afronta a todos os critérios de democracia, um problema muito mais sério”, diz.

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