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É preciso “blindar” Lava Jato de pressões políticas, diz Associação de Delegados da PF

Policiais federais fizeram manifestação em Curitiba e em outras cidades para reafirmar apoio incondicional à operação

Delegados deram “abraço “simbólico na sede da PF em Curitiba. | HenryMilléo /Gazeta do Povo
Delegados deram “abraço “simbólico na sede da PF em Curitiba. (Foto: HenryMilléo /Gazeta do Povo)

Delegados, investigadores e agentes da Polícia Federal realizaram um ato no início da tarde desta sexta-feira (18) em Curitiba em apoio à Operação Lava Jato e em defesa da aprovação da PEC 412/2009. Cerca de 15 agentes se reuniram em um abraço simbólico em frente da sede da instituição, no bairro Santa Cândida.

Em uma semana em que a divulgação de áudios interceptados de gravações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou a PF no centro de uma polêmica sobre a Operação Lava Jato, o ato representa o apoio incondicional da PF à equipe envolvida nas investigações.

De acordo com o delegado Jorge Fayad, presidente da regional paranaense da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), é necessário “blindar a força tarefa da Lava Jato”, que seria a parte mais frágil do processo de investigação criminal em curso, contra interferências de cunho político.

“Todos nós estamos imbuídos pelo mesmo propósito, o de combater a corrupção, independente do alvo a ser atingido. Há o enfoque de que existe perseguição política, de que a operação tem alvos direcionados, porém a Polícia Federal apura fatos. Não há orientação política”, disse o delegado Jorge Fayad, presidente da regional da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF).

PF pede mais autonomia

A mobilização também pede pela aprovação da PEC 412/2009, demanda considerada urgente pelos delegados. A PEC garantiria autonomia orçamentária e de investigação à instituição.

“A preocupação é de que ingerências políticas venham a atrapalhar o trabalho da PF”, disse Fayad, lembrando de declarações de Lula em conversas interceptadas em que o ex-presidente fala que o novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, “deveria cumprir um papel de homem” e provar que é amigo.

Para o delegado, autonomia para gerir recursos e nomear o diretor geral, ou pelo menos implementar o critério de lista tríplice, é fundamental para garantir a integridade das investigações da PF.

Ato nacional e repúdio

O ato faz parte de uma mobilização nacional, que terá abraços simbólicos em todas as sedes da PF no Brasil.

Nesta quinta (17), a ADPF emitiu nota manifestando “total indignação e repulsa” em relação ao áudio em que Lula defende que Aragão “deveria cumprir um papel de homem” e provar que é amigo, num aparente pedido de ajuda para se livrar do juiz federal Sergio Moro.

“Na gravação, fica claro a intenção de que o nomeado interfira nas ações da Polícia Federal”, disse a nota da entidade. “É lamentável constatar que agentes públicos (...) queiram praticar atos de ingerência política numa das mais importantes investigações em curso no país.”

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