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O advogado de Veronica Serra, Sérgio Rosenthal, disse nesta quarta-feira (15) que pretende fazer uma "investigação paralela" a da Polícia Federal sobre a quebra de sigilo fiscal da filha do candidato José Serra (PSDB) e do genro, Alexandre Bourgeois.

Rosenthal acompanhou nesta manhã o depoimento de Veronica e do seu marido. Eles foram ouvidos por cerca de uma hora na sede da PF em SP e deixaram o local sem falar com a imprensa. Após o depoimento, Rosenthal disse que os clientes reafirmaram não ter dado autorização para o acesso ao sigilo fiscal.

Questionado se a investigação paralela mostra desconfiança no trabalho da polícia, ele disse que confia na PF e que pretende apenas auxiliá-la. "Nós pretendemos acompanhar essa investigação e realizar uma investigação, inclusive, paralela e muito minuciosa para que possamos descobrir qual foi a utilização dessas informações sigilosas", disse. Segundo ele, o primeiro passo será obter a cópia integral do inquérito para analisar os passos que já foram dados. Rosenthal evitou dar detalhes do que deve ser feito pela defesa na investigação.

O advogado afirmou ainda que tem "absoluta convicção" de que o contador Antônio Carlos Atella será indiciado, "ao menos pelo crime de uso de documento falso".

Conotação política

Rosenthal foi perguntado se, para a defesa, já estava caracterizado que houve um crime político. "É muito difícil dizer que se trata de um crime político", disse. Entretanto, ele afirmou que é posssível inferir.

"Me parece que o fato de terem sido violados os sigilos da filha e do genro de um candidato a presisência, assim como de outras pessoas ligadas a um partido político, que por sinal é o maior partido de oposição atualmente, parece que é possível inferir que há sim uma conotação política nesses fatos", disse.

Histórico

Reportagem publicada pelo jornal "Folha de S.Paulo" em junho afirma que teriam saído dos sistemas da Receita Federal dados fiscais sigilosos do vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge, destinados à montagem de um suposto dossiê contra o presidenciável tucano José Serra.

Posteriormente, revelou-se que também tiveram o sigilo quebrado irregularmente o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-diretor da Previ Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregório Marin Preciado, primo de Serra.

Em 24 de agosto, a Justiça Federal autorizou Eduardo Jorge a ter acesso às investigações da Receita Federal. Segundo os dados da investigação, os acessos às declarações de renda dos tucanos ocorreram no dia 8 de outubro de 2009. O terminal usado foi o da servidora Adeilda Ferreira Leão dos Santos. A senha era da chefe da unidade, Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva. Em depoimento à Corregedoria da Receita, as duas funcionárias negam envolvimento na quebra de sigilo.

No dia 27 de agosto, o corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D’Avila, afirmou que o trabalho do órgão na apuração do caso identificou indícios da existência de um "balcão de compra e venda" de informações da Receita.

O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) recebeu no dia 30 de agosto representação da Corregedoria da Receita Federal com os resultados da investigação interna sobre a quebra de sigilo fiscal de Eduardo Jorge.

Em 31 de agosto, o site do jornal "O Estado de S. Paulo" informou que o sigilo fiscal de Veronica Serra tinha sido violado. Em 8 de setembro, foi idvulgado que o marido de Veronica também teve os dados acessados.

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